Por 22 votos a um, a Câmara Municipal aprovou projeto de lei que parcela o reajuste da prefeita Adriane Lopes (Progressistas), secretários municipais, da vice-prefeita e servidores fiscais, de forma escalonada, em Campo Grande. O projeto de lei da Mesa-Diretora foi pautado para esta quinta-feira (24).
O único a votar contra foi o vereador Marquinhos Trad (PDT). Ele citou questões legais para vetar o aumento salarial e também invocou a figura do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando este comandava o País.
”Bolsonaro disse que recusaria qualquer aumento se fosse só para ele. Só receberia se todos os funcionários públicos federais recebessem o mesmo percentual”, justificou Marquinhos. Ele se referiu ao projeto aprovado na Câmara nos anos anteriores, que aumentava o salário do chefe do Executivo apenas para que os auditores fiscais ganhassem mais.
O presidente da Casa, vereador Papy (PSDB), refletiu sobre a questão e lamentou que administrações anteriores não tenham sequer repassado a reposição inflacionária a servidores, sobretudo aos auditores fiscais.
”Os gestores se omitiram na garantia dos direitos dos servidores e foi criando um passivo, que tem um forte impacto financeiro”, observou o legislador. Ele detalhou também que foi feito um acordo entre Câmara, Prefeitura e Tribunal de Justiça, MPE, além de sindicatos, para que impedir questionamentos do projeto após aprovação.
”Fomos auxiliares em uma questão que não é nossa”, disse Epaminondas, sobre o acordo com demais poderes. Por fim, o chefe do Legislativo Municipal validou que o aumento salarial e o parcelamento dele eram moralmente válidos.
”Não é justo deixar servidor sem aumento. Não é porque os trabalhadores dessa categoria ganham bem que eles não merecem aumento. Eles fizeram o melhor concurso que havia na Prefeitura”, justificou Papy novamente.
Papy explicou que o PL 11.791/2025 altera a lei 7.006, de 2023, que instituía aumentos salarial para a prefeita e outros cargos. O novo texto permite parcelar os reajustes – em três vezes, sendo até 2027.
O presidente justificou que a alteração na lei é para reduzir os valores constantes na lei e se adequar à realidade financeira da Cidade, que passa por problemas.
Carlão
O primeiro-Secretário da Câmara, vereador Carlão Comunitário (PSB) também defendeu o aumento e o parcelamento do reajuste.
”Essa Casa nunca foi contra servidor e não vai ser agora que vai ser”, comentou. O colega Coringa foi no mesmo tom e também defendeu a alta salarial e o escalonamento dos valores.
Durante o anúncio da aprovação, um manifestante gritou contra o projeto e avaliou que o aumento é para ajudar banqueiros e os servidores mais ricos, enquanto que a Saúde padece na cidade.