Em meio a um cenário de desigualdade social, celebrar a chegada da chuva, mesmo após um longo período de calor e seca, soa como algo distante para muitos moradores de Campo Grande. Na última quarta-feira (9), o temporal que atingiu a Capital destelhou casas, derrubou arvores e desabrigou moradores.
Nas periferias da cidade, as fortes chuvas, somadas à falta de infraestrutura, causaram danos irreparáveis. Ismael Lima, que vive há um ano na região das Moreninhas, teve a casa completamente destruída pelo temporal. Ele mora com a esposa e três filhos em um barraco que não resistiu à força do temporal.
“É complicado ver tudo que a gente construiu se perder assim, de um dia para o outro. Perdemos de tudo, desde panelas até nossa comida. Agora estou abrigado na casa do meu irmão, mas não sei o que vou fazer, não tenho condições de reconstruir tudo novamente”, lamenta.
Com a força do vento, a casa ficou destelhada, e a lama arrastou os móveis. Agora, a família torce para que a chuva cesse, na esperança de não perder o pouco que restou em meio à lama.
No bairro Lagoa Dourada, o cenário se repete. A casa de Vera Lúcia também acabou destelhada pela ventania e tomada pela lama.
O prejuízo, estimado, é de R$ 20 mil, contudo, a família não tem condições de arcar com a reforma, por isso está pedindo doações para reconstruir a casa.
Confira os danos do temporal:
O temporal que atingiu Campo Grande deixou um rastro de destruição e afetou o fornecimento de energia elétrica em 35 bairros. A tempestade derrubou árvores, estruturas e fez córregos transbordarem. Na avenida Mato Grosso, por exemplo, muitos entulhos ficaram espalhados pela via. No trecho entre as ruas Espírito Santo e José Antônio um outdoor caiu com a força da chuva e vendaval. A placa gigante toma conta da calçada.
Na quinta-feira (10), a prefeitura de Campo Grande informou que empenhou todas as equipes para avaliar e reparar os estragos provocados pelo temporal, que atingiu a cidade. Segundo o Município, estão sendo executados serviços de limpeza manual, raspagem e coleta com máquinas e caminhões.
“A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras) mobilizou mais de 100 trabalhadores, 25 caminhões trucados, 10 pás carregadeiras, 3 caminhões com carroceria, 1 caminhão munck, 55 trabalhadores, além das pessoas no apoio operacional. Todos empenhados em retirar as árvores e galhos que caíram com a chuva, e realizar a limpeza, para que as vias possam ser usadas normalmente e com segurança”, diz nota enviada à imprensa.
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