O Pantanal, atingido por incêndios que devastaram a vegetação e destruíram ninhos, recebeu uma dose de esperança com o nascimento do primeiro filhote de arara-azul da temporada reprodutiva de 2024. O Instituto Arara Azul compartilhou o momento nas redes sociais na última terça-feira (13), celebrando o evento como um símbolo de renascimento para o bioma.
“Esperança de um novo recomeço, de um Pantanal que precisa ainda mais do nosso cuidado”, destacou o Instituto na postagem, lembrando que a preservação do bioma é uma responsabilidade coletiva, não apenas dos pesquisadores, mas de todos os que habitam o planeta.
A equipe de pesquisadores, baseada na Estância Caiman, em Miranda (MS), relatou a emoção ao acompanhar o ninho artificial que abrigava dois ovos antes dos incêndios atingirem a região. Um dos ovos foi predado, mas o segundo permaneceu viável e, agora, deu origem ao filhote.
Maria Eduarda Monteiro, veterinária do Instituto, expressou a alegria ao encontrar o filhote no ninho: “Muito feliz, primeiro filhote depois do fogo. É um filhote que traz muita esperança para nós.”
Lucas Rocha, assistente de campo que encontrou o filhote, reforçou o sentimento de esperança: “Apesar do fogo, ele está bem, e nossa esperança é que cresça forte.”
Destruição e desafios no Pantanal
Os incêndios que atingem o Pantanal há mais de 90 dias transformaram o bioma em um cenário de desolação. Segundo o Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), a maioria dos animais mortos pelo fogo são cobras, jacarés e anfíbios.
A veterinária e bióloga Paula Helena Santa Rita, que atua em Corumbá (MS), cidade com maior número de focos de incêndio no Brasil, relata que muitos animais morreram incinerados ou por hipertermia. Ela coordena ações de resgate e atendimento a animais silvestres vítimas dos incêndios em Mato Grosso do Sul.
Uma imagem que circulou nas redes sociais, mostrando animais mortos em uma árvore, foi desmentida como montagem. As carcaças dos felinos, que realmente morreram devido aos incêndios, foram manipuladas para criar a imagem, conforme explicou Paula Helena, bióloga do Gretap.
Este ano, os incêndios começaram mais cedo e já destruíram 1,245 milhão de hectares, sendo 979,9 mil em Mato Grosso do Sul e 265 mil em Mato Grosso, segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ).
Confira o vídeo:
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