Um vídeo, publicado nesta segunda-feira (22) no perfil oficial da Aty Guasu, a Assembleia Geral do povo Kaiowá e Guarani, mostra o clima de tensão entre fazendeiros e indígenas em Douradina, município na região sul do estado.
No registro, feito no último sábado (20) o fazendeiro, que faz a filmagem, diz: “Todo mundo se posicionando, e daqui a meia hora ‘o bambu vai envergar’. Vamos avançar. Todo mundo se organizando aí para o grande conflito”.
Depois, mostra os indígenas, que estão um pouco a diante, dizendo: “Lá está os ‘indios’, também estão organizados”.
O autor do vídeo também menciona que a tropa de choque e o deputado estadual, Marcos Pollon (PL), estariam chegando ao local. Confira:
Apesar do anúncio de conflito, não houve embate físico entre fazendeiros e indígenas.
Conforme divulgado pelo deputado, Pollon esteve no local a pedido do Sindicato Rural de Douradina, que queria que o parlamentar fizesse a mediação entre os fazendeiros e as lideranças indígenas, a fim de evitar um novo conflito violento.
Nas redes sociais, Pollon compartilhou atualizações sobre as conversas no local. Em um deles, garantiu à polícia que os fazendeiros não estariam armados.
Em outro vídeo, também gravado no local de tensão, o parlamentar comunica que havia acabado de sair de uma reunião com o Ministério Público Federal (MPF), e que a situação estava controlada.
“Está todo mundo calmo, todo mundo respeitando. Eles não avançam, aqui (lado dos fazendeiros) não avança também (…) a ideia é não ter violência”, disse Pollon.
Relembre
O conflito no local se estende desde o dia 13 deste mês, quando um indígena foi atingido por um tiro, na área conhecida como Panambi (GuyraKambi’y) – Lagoa Rica, em Douradina. Os ataques aconteceram porque os indígenas teriam ocupado a área rural, já reivindicada como território tradicional.
Vale lembrar que, três dias após o primeiro conflito, representantes do Governo Federal, mais especificamente do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), vieram para Mato Grosso do Sul tentar mediar conflitos fundiários.
Saiba: de acordo com o Ministério dos Povos Indígenasa Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica, em Douradina, foi delimitada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em 2011, mas três ações judiciais impedem que o processo demarcatório seja concluído e o território de 12,1 mil hectares destinado ao usufruto exclusivo indígena.
Em Caarapó
Outro conflito indígena acontece em Caarapó, município 86 quilômetros distante de Douradina, na Terra Indígena Dourados-Amambaipegua I, que também abrange parte dos territórios das cidades de Amambai e Laguna Carapã.
Por lá o conflito teve início no dia 14 deste mês. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (Cnbb), uma jovem também foi atingida por um tiro na perna durante o ataque.
Os cerca de 56 mil hectares da TI Amambaipegua I, foram delimitados em 2016, mas proprietários rurais contestam o processo, que segue em análise.
A Força Nacional também está no local.
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