Em julho, a seca registrada em MS fez o Rio da Prata secar após ficar 25 cm abaixo do nível normal
Lethycia Anjos –
A seca histórica que afetou Mato Grosso do Sul neste ano impactou severamente os biomas do Estado. Em julho deste ano, o Rio da Prata registrou uma queda de 25 cm em relação ao nível normal e praticamente desapareceu. Passados quatro meses, as águas voltaram a fluir em meio as pedras do rio.
Essencial para o ecoturismo nas regiões de Bonito e Jardim, o rio da Prata é um afluente do rio Miranda, conhecido mundialmente por suas águas cristalinas. Nesta quarta-feira (6), imagens compartilhadas pelo Instituto Amigos do Rio da Prata mostram a água fluindo novamente após chuvas registradas na região.
“Com muita alegria compartilhamos o retorno das águas em um trecho do rio da Prata que estava totalmente seco. Esse vídeo feito pelo Edenilson de Souza, gerente da Fazenda Vale do Prata, nos enche de esperança”, diz.
Seca extrema fez Rio da Prata secar
Há cerca de quatro meses, a falta de chuvas em Mato Grosso do Sul reduziu o nível das águas e secou trechos do Rio da Prata, no oeste do Estado. Onde ele corre com abundância de água, o nível chegou a ficar 25 cm abaixo do normal.
A situação tem sido acompanhada por ambientalistas, institutos e também por empresários do setor de ecoturismo, que veem o cenário com preocupação.
Em 22 de junho, um vídeo registrado na Ponte do Curé, em Jardim, a 271 km de Campo Grande, expôs a situação critica do local.
Na ocasião, o instrutor de mergulho João Gomes, que faz parte da equipe do instituto Amigos do Rio da Prata, relatou que o mesmo havia ocorrido há cerca de 25 anos.
Impactos ambientais
Há anos, a exploração da região segue monitorada, pois pesquisadores e ambientalistas consideram a Bacia do Rio da Prata como elo entre a Serra da Bodoquena, a biodiversidade, e o Rio Miranda.
Em dezembro de 2001, um documento elaborado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) de Dourados, apontou que atividades econômicas estavam impactando significativamente a região.
“A intensa intervenção antrópica, especialmente as atividades relacionadas aos setores agropecuário e turístico, gerou níveis crescentes de manipulação e poluição dos recursos naturais. Isso acarretou sérios desequilíbrios ambientais e, muitas vezes, comprometendo a supervisão econômica das atividades”, afirma um trecho do documento.
Conforme o estudo, a ocupação desordenada tem causado grandes alterações na paisagem natural, gerando impactos diversos nos recursos naturais, como desmatamento, destruição e destruição do solo, assoreamento e contaminação dos mananciais. Além disso, gera a destruição das matas ciliares e danos ambientais e sociais de grande intensidade.
Os pesquisadores ressaltaram ainda que, embora a Bacia do Rio da Prata contribua para a formação do Pantanal, sua fragilidade significa que um uso inadequado pode resultar em prejuízos ambientais irreparáveis.
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