O vice-prefeito de Cuiabá, José Roberto Stopa, que havia sido preso na manhã desta quinta-feira (26) em Cuiabá, foi solto sem pagamento de fiança na tarde do mesmo dia. A prisão ocorreu após uma denúncia de descarte irregular de lixo em uma obra realizada em uma APP (Área de Preservação Permanente) no Mercado do Porto. Veja o vídeo:
“Estou sem entender. Sai cedo pra trabalhar e estava na Secretaria de Obras, quando recebi um telefonema do presidente da feira dizendo que a Dema (Delegacia Especializada de Meio Ambiente)estava na obra da feira do Porto. Imediatamente liguei para meu adjunto ir receber os policiais. Mais de uma hora depois, meu adjunto me liga e diz: “Olha, querem falar com você”. Pedi para aguardarem uns 15 minutos e quando cheguei lá o pessoal da delegacia me disse que estava enquadrado por descarte irregular em APP e, obviamente, fui convidado a ir para a Delegacia da Natureza. Para minha surpresa, recebi uma prisão em flagrante”, disse Stopa.
A situação foi motivada por uma queixa relativa ao descarte inadequado de restos da construção. No local, constatou-se que uma porção de revestimentos, oriundos da obra, que foi depositada provisoriamente na área externa do local.
TEM TV Centro AméricaStopa afirmou que não há como assumir a responsabilidade pela situação e nem indicar um culpado. Segundo ele, a Prefeitura de Cuiabá irá limpar a área nesta sexta-feira (27).
“É uma obra que envolve mais 100 pessoas e não tem como imputar esse resíduo a uma única pessoa. O juiz que avaliou nos concedeu a liberdade. Foram 3 ou 4 palavras, e entendeu o processo. Obviamente, vou me defender nos autos”, completou ele.
Foi identificado que uma quantidade de pisos, provenientes da obra, havia sido depositada temporariamente na área externa do local. “O descarte não é correto, mas o incorreto é responsabilizar apenas uma pessoa. É muita gente trabalhando em um lugar só (…) “, afirmou Stopa.
Mercado do Porto parcialmente interditado
Após a prisão de Stopa, o Mercado do Porto, em Cuiabá, teve parte de suas operações interrompidas nesta quinta-feira (26) por determinação do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT). A decisão foi tomada após a identificação de diversas irregularidades, como instalações elétricas precárias e falta de aterramento, que colocavam em risco a segurança de todos que frequentam o local.
A área interditada corresponde à estrutura provisória que abriga parte dos comerciantes. Segundo o Corpo de Bombeiros, a medida foi adotada devido às irregularidades encontradas no local, que comprometem a segurança dos comerciantes e frequentadores do espaço.
Durante a vistoria, os bombeiros militares verificaram diversas inconformidades que representam risco, como instalações elétricas precárias em desacordo com as normas regulamentares e o não aterramento adequado das estruturas metálicaso que pode ocasionar choques elétricos e outros tipos de acidentes.
Nota da prefeitura
O prefeito Emanuel Pinheiro criticou a detenção do vice-prefeito José Roberto Stopa durante uma vistoria nas obras do Mercado do Porto, classificando a ação como uma “grande injustiça”.
Stopa foi conduzido pela Polícia Ambiental sob acusação de crime ambiental, o que, segundo o prefeito, é uma acusação desproporcional e injusta.
Pinheiro defende a qualidade das obras e afirma que o descarte de resíduos da construção civil não representa um dano ambiental significativo, especialmente em comparação com outros problemas ambientais mais graves.