A verminose, doença causada por parasitas internos, representa um grande desafio para a pecuária brasileira, com prejuízos anuais estimados em até US$ 7 bilhões. Segundo o veterinário Marcos Malacco, os parasitas causam danos silenciosos, já que mais de 90% dos casos em bovinos são subclínicos, ou seja, os animais não apresentam sinais visíveis da doença.
A verminose se manifesta de forma mais evidente em apenas 10% dos animais, que podem apresentar sintomas como abdômen estendido, anemia, diarreia e o famoso “papeira”, além de baixo desempenho. Por isso, a detecção precoce é essencial, pois o controle dos parasitas é fundamental para a saúde e a produtividade do rebanho.
Malacco explica que o controle deve ser feito em momentos estratégicos, como no início e no final do período chuvoso e durante a metade do período seco, especialmente na fase de recria dos animais. A fase mais crítica é entre os 4 meses e 2 anos e meio de idade, quando os bovinos estão em pleno crescimento.
Conhecer o ciclo de vida dos parasitas também é crucial, pois 95% das larvas e ovos estão no ambiente, enquanto apenas 5% ficam nos animais. Por isso, além do tratamento direto nos animais, é importante investir no manejo adequado das pastagens para reduzir a carga parasitária.
A adoção de medidas preventivas pode evitar prejuízos elevados e garantir a saúde do rebanho, sendo um fator determinante para a competitividade e sustentabilidade da pecuária brasileira.