O vereador Valter Brito da Silva (PSDB), de Amambai, a 351 quilômetros de Campo Grande, teve prisão domiciliar concedida na quinta-feira (14). Ele estava preso preventivamente desde a Operação Laços Ocultos, em 16 de novembro.
A decisão é do desembargador relator Luiz Claudio Bonassini da Silva. Inicialmente, o desembargador negou o pedido de liberdade de Valter. Porém, considerando as questões de saúde, Bonassini converteu a prisão preventiva em domiciliar.
Ainda conforme a decisão, foi concedido habeas corpus enquanto se fizer necessário, pelo atual quadro clínico de Valter. O vereador afastado poderá sair de casa apenas para tratamento médico.
Valter sofreu um infarto na última segunda-feira (11) e, desde então, permaneceu internado. Ele chegou a ficar na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e recebeu alta médica na quarta-feira (13).
Preso na operação
Valter foi preso na Operação Laços Ocultos, do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Ele teria recebido mais de R$ 5 milhões em propina de empresários.
Ainda conforme a denúncia, Valter é acusado de comandar um esquema de corrupção e fraudes em licitações. A denúncia foi oferecida em 1º de dezembro, pelos promotores do Gecoc Adriano Lobo Viana de Resende e Humberto Lapa Ferri, além da promotora Nara Mendes dos Santos Fernandes.
Já no dia 6, o juiz Daniel Raymundo da Matta, da Vara Criminal de Amambai recebeu a denúncia e tornou os 17 investigados réus.
Conforme as investigações, o vereador e também ex-vice prefeito Valter Brito é acusado de comandar a organização criminosa. O grupo teria desviado dinheiro público através da criação das empresas fictícias.
Ao todo, 13 empresas são relacionadas a Valter, sendo que todas estão em nome de familiares e pessoas próximas ao parlamentar.
Na operação, mandados foram cumpridos em Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Após a prisão, Valter foi afastado das funções na Câmara Municipal de Amambai.