Dezenas de “detenções arbitrárias” foram relatadas poucos dias após o início da campanha para as eleições presidenciais da Venezuela, de acordo com uma ONG de direitos humanos.
Um relatório do Laboratório de Paz informou que 48 das 71 detenções registradas envolveram pessoas que prestaram algum tipo de serviço ao comando de campanha do candidato da oposição Edmundo González Urrutia, da Plataforma Unitária Democrática.
Todas as prisões ocorreram entre 4 e 14 de julho e a maioria ocorreu no estado de Táchira, segundo o relatório. A ONG também relatou 26 casos de assédio, 11 obstruções à livre circulação, dois encerramentos de instalações e três rusgas.
A ONG disse que os números faziam parte de um “padrão recorrente” de venezuelanos serem alvo “sistematicamente” por razões políticas “a nível nacional” e alertou para a preocupação de que tais ações aumentariam à medida que as eleições se aproximassem.
Os críticos do governo do presidente Nicolás Maduro há muito o acusam de fraudar votos e silenciar a oposição, com as eleições de 2018 que devolveram Maduro ao cargo descritas como ilegítimas por uma aliança de 14 nações latino-americanas, o Canadá e os Estados Unidos.
Desta vez, dois candidatos da oposição – Maria Corina Machado e Corina Yoris – foram impedidos de concorrer, apesar da promessa de Maduro aos Estados Unidos de que realizaria eleições livres e justas em troca do alívio das sanções.
A eleição está marcada para 28 de julho. Dez candidatos estão na disputa, incluindo o atual Maduro, que aspira à reeleição por mais seis anos, após 11 anos no poder.
O principal adversário de Maduro é González Urrutia, que representa uma aliança que reúne os principais partidos e líderes da oposição na Venezuela.
O assessor jurídico da campanha da oposição, Perkins Rocha, disse neste domingo que pelo menos 11 pessoas ligadas ao comando da campanha foram presas no fim de semana.