O mercado de boi gordo sinalizou recuperação para os preços da arroba em alguns estados ao longo do mês de junho, em meio à escalada do dólar frente ao real. Mas o cenário ao longo do primeiro semestre se mostrou negativo para as cotações, segundo a avaliação do analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias.
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Iglesias destaca que o grande volume de animais abatidos nos seis primeiros meses do ano, com o descarte de fêmeas, levou a um forte declínio nos preços da arroba. O mercado começou 2024 com a arroba cotada em R$ 250,00, mas foi declinando até atingir patamares de R$ 215,00, em maio. Em junho o mercado até buscou uma acomodação, mas não a ponto de propiciar elevações expressivas nas cotações, explica.
Há uma expectativa de que o mercado de boi gordo possa vir a ter um melhor cenário no segundo semestre, com o fator cambial sendo um fator positivo para a exportação de commodities. Ainda assim, a arroba não deve apresentar movimentos de alta muito contundentes até o final do ano, prospecta.
Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do país estavam assim no dia 28 de junho:
- São Paulo (Capital) – R$ 225,00 a arroba, alta de 2,27% frente ao fechamento de maio, de R$ 220,00.
- Goiás (Goiânia) – R$ 210,00 a arroba, avanço de 6,60% perante ao encerramento do mês passado, de R$ 197,00.
- Minas Gerais (Uberaba) – R$ 210,00 a arroba, retração de 2,33% frente ao fechamento de maio, de R$ 215,00.
- Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 215,00 a arroba, inalterado frente ao encerramento do mês passado.
- Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 210,00 a arroba, aumento de 0,48% frente aos R$ 209,00 praticados no encerramento de maio.
- Rondônia (Vilhena) R$ 183,00 a arroba, retração de 1,08% frente aos R$ 185,00 praticados no final do mês passado.
Atacado
Iglesias destaca que o mercado atacadista não apresentou mudanças de preço ao longo do mês de junho, por conta da elevada disponibilidade de estoques. Havia uma expectativa de recuperação dos preços, que acabou não se confirmando na última semana do mês.
O quarto traseiro do boi se manteve em R$ 17,00 por quilo. O quarto dianteiro do boi permaneceu cotado em R$ 12,50 por quilo.
Exportações
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 653,865 milhões em junho (15 dias úteis), com média diária de US$ 43,591 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 146,293 mil toneladas, com média diária de 9,752 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.469,50.
Em relação a junho de 2023, houve baixa de 6% no valor médio diário da exportação, ganho de 6,3% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 11,6% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.