A UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) (UFGD) está com uma agenda eventos e reuniões até a próxima sexta-feira (29) entre brasileiros e franceses. A programação faz parte de uma missão de trabalho formada por acadêmicos da Universidade Paris 8 e por profissionais do Consulado Geral da França em São Paulo.
Os visitantes diplomáticos chegaram na última sexta-feira para consolidar o programa Bolsa Guatá na UFGD e preparar a vinda da comitiva acadêmica, que chegou na segunda-feira (26) para conhecer os doutorandos que irão para a Universidade Paris 8.
A comitiva também visitará os territórios indígenas e setores das ciências sociais e humanidades da UFGD, com o objetivo de discutir novas parcerias.
Os eventos visam promover um diálogo acadêmico entre profissionais brasileiros e franceses e contarão com a antropóloga e professora de Ciências da Educação e Formação da Universidade Paris 8, Delphine Leroy. Ela será a supervisora dos doutorandos indígenas da UFGD enquanto estiverem na França.
Programação em Paris
Na primeira semana de setembro, os doutorandos Anastácio Peralta, Maristela Aquino Insfram e Sandra Ventura Domingo Cândido, do Programa de Pós-graduação em Geografia da UFGD, embarcarão para realizar a mobilidade internacional na Universidade Paris 8, com previsão de retorno em fevereiro de 2025.
Esses três estudantes indígenas destacaram a UFGD como a universidade brasileira com o maior número de aprovados na seleção de Bolsas Guatá, que viabiliza esse intercâmbio por meio da Embaixada da França no Brasil.
Para Maristela Aquino Insfram, residente na Reserva Indígena de Dourados, a mobilidade representa uma oportunidade de levar a ciência indígena, representar as mulheres Guarani-Kaiowá e retornar com mais conhecimento para fortalecer o movimento.
“Eu pesquiso os processos de resistência da mulher Guarani-Kaiowá, o que inclui um aparato de saberes, como por exemplo as plantas medicinais, a saúde da mulher e o conhecimento tradicional que é passado de geração em geração.”, comenta Maristela.
Durante a mobilidade, ela irá apresentarei minha pesquisa e acredito que essa experiência acadêmica fortalecerá tanto a mim quanto a luta das mulheres Guarani-Kaiowá, o que é muito importante neste atual momento de intensos conflitos em Mato Grosso do Sul”, disse a doutoranda.
Sob a perspectiva das mulheres Terenas, Sandra Ventura Domingo Cândido, residente da Aldeia Ipegue, em Aquidauana, também estará na Universidade Paris 8, apresentando sua pesquisa e adquirindo conhecimentos que contribuirão para sua tese de doutorado.
“Pretendo estudar para obter contribuições acadêmicas para minha pesquisa que trata da relação entre conhecimentos tradicionais, a apropriação do território para manutenção da cultura e a participação das mulheres nesses movimentos de luta, além da representatividade da mulher Terena no e além do território”, explicou Sandra.