O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, confirmou nesta quarta-feira (4) que Ucrânia e Rússia devem realizar uma nova troca de prisioneiros de guerra no próximo fim de semana. O acordo prevê a liberação de 500 pessoas de cada lado. A negociação acontece após o entendimento firmado na segunda-feira (2), em Istambul, onde as partes haviam concordado em libertar os detidos gravemente feridos, com doenças graves ou com menos de 25 anos.
“Hoje, as nossas equipes realizaram consultas sobre a troca acordada. O lado russo nos informou que está pronto para transferir 500 pessoas neste fim de semana, no sábado (7) ou domingo, das cerca de mil que acordámos trocar, pelo que estaremos prontos para trocar a quantidade correspondente”, declarou Zelensky, segundo a agência Ukrinform.
O presidente também afirmou que jornalistas e outros civis ucranianos mantidos em cativeiro pelas autoridades russas poderão ser incluídos na operação. A iniciativa amplia o escopo das trocas, que antes envolviam somente militares. Segundo ele, a proposta está sendo tratada com urgência pelas equipes envolvidas.
Além da troca de prisioneiros vivos, outro ponto do entendimento é a repatriação dos restos mortais de seis mil soldados de cada lado. Essas operações visam aliviar o impacto da guerra sobre as famílias dos combatentes. A primeira rodada de trocas, ocorrida após o encontro de 16 de maio, foi a maior desde o início do conflito e foi realizada em três fases.
Apesar dos avanços humanitários, o ambiente político entre os dois países continua tenso. Zelensky voltou a defender um cessar-fogo até uma possível reunião com Vladimir Putin, mas as perspectivas de diálogo diminuíram após declarações recentes do presidente russo. “O que há para falar? Como podemos negociar com aqueles que dependem do terror?”, afirmou Putin, após explosões em pontes nas regiões de Bryansk e Kursk. Moscou atribuiu os ataques à Ucrânia e os classificou como “ações de terror”.