Mesmo após a determinação de suspensão do X (ex-Twitter) no Brasil pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), na sexta-feira (30), dois tribunais superiores e ao menos quatro ministérios continuaram publicando conteúdo na plataforma.
De acordo com a Folha de S.Paulo, mensagens do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), TST (Tribunal Superior do Trabalho) e dos ministérios do Turismo, Portos e Aeroportos, Transportes e Desenvolvimento Regional foram identificadas no fim de semana.
Os órgãos envolvidos afirmaram que as postagens foram programadas antes da suspensão da plataforma e que não conseguiram cancelar os conteúdos agendados após a decisão judicial.
O TSE, por exemplo, fez publicações relacionadas às eleições no sábado e no domingo. Em nota, o tribunal explicou que a postagem sobre o sistema DivulgaCand Contas foi agendada antes da suspensão e que não foi possível cancelar o conteúdo agendado sobre o e-Título. O TSE ressaltou que acata a decisão judicial, embora possa ser questionada pelas vias apropriadas.
O TST também utilizou a ferramenta de agendamento para publicar sobre pronunciamentos de magistrados em um evento sobre a primeira infância.
O tribunal informou que não conseguiu acessar sua conta após a suspensão para cancelar as postagens programadas e desconhece o motivo pelo qual o conteúdo foi publicado mesmo com a suspensão em vigor.
O Ministério dos Portos, que exaltou um modelo de avião da Boeing em operação pela Gol, e o Ministério dos Transportes, que destacou a qualidade das rodovias, também tiveram postagens agendadas antes da decisão de Moraes. Ambos os ministérios explicaram que as publicações foram planejadas anteriormente e não puderam ser desprogramadas devido à suspensão.
O ministro Alexandre de Moraes ordenou a “imediata, completa e integral” suspensão do funcionamento do X no Brasil, e a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) confirmou que havia comunicado a todos os provedores de internet sobre a decisão. As operadoras têm até cinco dias para implementar medidas tecnológicas que inviabilizem o uso da plataforma, embora o bloqueio já tenha sido efetivo nas principais redes.
CORREIO DO ESTADO