Durante sua campanha eleitoral para reeleição à presidência dos EUA, Donald Trump afirmou ser a favor de que o TikTok permaneça no país, como uma forma de concorrência a outras redes sociais, principalmente da Meta, como Instagram e Facebook. O ex-presidente foi o principal opositor da plataforma de vídeos curtos durante seu governo e chegou a assinar uma ordem para banir o aplicativo em 2020.
“Sou a favor do TikTok porque você precisa de concorrência. Se você não tem o TikTok, você tem o Facebook e o Instagram”, disse Trump para a agência de notícias Bloombergem uma entrevista publicada na última terça-feira, 16.
A mudança de Trump tem relação com a lei assinada pelo governo de Joe Biden, que prevê que a ByteDance encontre um comprador para a operação americana do aplicativo ou enfrente uma proibição nos EUA. De acordo com o governo, a operação chinesa da plataforma oferece riscos de segurança, por não garantir que os dados de cidadãos americanos sejam desconectados da China.
Ainda, Trump se tornou um crítico das plataformas de Mark Zuckerberg após ser suspenso do Facebook e do Instagram após a insurreição de 6 de janeiro de 2021, que levou à invasão do Capitólio americano em Washington.
Na ocasião, o ex-presidente havia publicado uma mensagem que foi interpretada como incentivo para apoiadores que tentavam impedir o protocolo de confirmação da vitória de Biden como presidente.
Sobre o TikTok, em 2020, Trump afirmou que a rede social poderia ser um instrumento de espionagem chinesa. No mês passado, porém, Trump criou um perfil no TikTok para sua campanha presidencial e se mantém ativo na plataforma desde então.
Problemas na Europa
Enquanto o TikTok é aplaudido por Trump nos EUA, na União Europeia a rede social chinesa tem entrado na mira de reguladores. O Tribunal Geral da UE rejeitou a contestação legal da ByteDance contra o fato de ser classificada como uma “gatekeeper” online, ou seja, uma plataforma que detêm os acessos de determinado tipo de conteúdo, que precisa cumprir obrigações adicionais de acordo com a Lei de Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês) do bloco de 27 nações.
Com isso, o TikTok entra para uma lista que também tem Apple, o Google e a Microsoft sob o escrutínio do DMA. A empresa argumentou que não podia ser considerada como gatekeeper, mas que estava desempenhando o papel de um novo concorrente nas redes sociais, enfrentando empresas consolidadas como o Facebook e o Instagram.
Ainda assim, os juízes decidiram que, desde 2018, o TikTok “conseguiu aumentar seu número de usuários de forma muito rápida e exponencial” e que “consolidou rapidamente sua posição e até mesmo fortaleceu essa posição nos anos seguintes”.