A termelétrica Luiz Carlos Prestes, pertencente a Petrobras e localizada em Três Lagoas, foi acionada na terça-feira (10). A usina térmica produz energia, mas só é acionada quando as hidrelétricas não conseguem suprir a demanda, justamente por ser mais cara para o sistema.
O Ministério de Minas e Energia informou que o aumento da seca deve provocar o acionamento de 70% a 80% das usinas térmicas do país. Após dois anos, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou a volta da bandeira vermelha, que é um acréscimo na conta devido, justamente, a necessidade de acionar as térmicas.
No caso da Unidade de Três Lagoas, ela compõe o sub-mercado de Centro-Oeste/Sudeste, que atende a demanda de duas regiões. Além deste, os outros sub-mercados nacionais são os do Nordeste, Norte, Sul e, ainda, o sub-mercado isolado de Roraima.
Quando necessário aumento da produção, uma das possibilidades do sistema elétrico nacional é o acionamento das termelétricas, para atender a demanda do próprio sub-mercado, realizar intercâmbio com outros sub-mercados ou, até mesmo, realizar intercâmbio internacional.
Produção no primeiro dia
Os dados de produção da usina de Três Lagoas revelam que sua capacidade é de 360 MWmed, indicando a energia gerada em um período determinado. No entanto, a média diária programada para produção era de 349 MWmed, um pouco abaixo da capacidade total.
O volume de produção em MWmed é calculado dividindo-se o volume em MWh pela quantidade de horas do período considerado, o que permite uma comparação mais precisa entre diferentes períodos.
Quanto à média diária verificada, a usina gerou 217 MWmed. Isso significa que houve uma diferença negativa de 64 MWmed em relação ao programado. Em termos percentuais, essa variação negativa é de 29%.
Segundo o relatório, a “UTE Três Lagoas gerou abaixo do valor programado devido às rampas de elevação e redução de geração e menor rendimento de suas unidades geradoras”.
Térmica vai render ICMS à Mato Grosso do Sul
A termelétrica de Três Lagoas é abastecida por gás natural, a partir do ramal que vem da Bolívia e administrado pela MSGÁS em Mato Grosso do Sul. Por dia, a usina pode consumir até 1,8 milhão de metros cúbicos/dia de gás natural para a produção de energia.
Conforme a concessionária de gás natural de MS, o consumo da térmica deve variar entre 1,8 milhão a 1,2 milhão de metros cúbicos/dia, conforme a demanda do operador nacional por energia elétrica.