Um dos suspeitos presos neste sábado (1º), por fazer família refém durante roubo à residência em um bairro próximo ao Cidade Morena, em Campo Grande, informou às autoridades que um dos carros usados na ação, um Chevrolet Vectra preto, é do irmão dele. Ele e pelo menos mais cinco pessoas estão envolvidas no crime, mas apenas quatro foram capturados por equipe da GCM (Guarda Civil Metropolitana).
Informações apuradas pelo Jornal Midiamax apontam, ainda, que o suspeito disse que reside na casa de uma mulher onde diversos itens são produtos de furto e roubo. O endereço não foi informado por ele.
Para concretizarem o roubo e abordar a família, os quatro suspeitos afirmaram para o adolescente, de 17 anos – abordado pelo grupo enquanto saía de casa, por volta das 10h20 – que eram policiais civis, apresentando, inclusive, identificação da profissão, e possuíam um mandado de prisão em nome do pai dele.
À reportagem, o GCM Nogueira explicou que há desconfiança de que os suspeitos integrem uma quadrilha conhecida no meio policial por cometer furtos do tipo. Também há dúvidas quanto a verdadeira identidade deles.
“Isso será investigado pela Polícia Civil, porque eles também podem não estar falando a verdade sobre os nomes deles, sobre a identificação deles e os documentos podem nem ser verdadeiros. Então, vai ser solicitado provavelmente o trabalho de um papiloscopista para fazer essa veracidade das informações”, explica.
Fora os integrantes presos, a Polícia e a GCM trabalham com a possibilidade de haver mais envolvidos na ação. O pai, por exemplo, perseguiu os ocupantes do Gol prata e disse ter reconhecido um deles como um ex-policial, já o filho informou ter visto uma mulher em um dos veículos. É importante frisar que as autoridades fazem buscas para tentar localizá-los.
Ação violenta
A ação durou cerca de 40 minutos e foi bastante violenta. Por exemplo, ao abordarem o adolescente, o grupo chegou a apontar uma arma para a cabeça do menino. Depois, invadiram a casa e encontraram o pai, dizendo que tinham um mandado de prisão em nome de Raimundo – que não é o nome do pai.
Mesmo com a negativa da família, os suspeitos amarraram pai e filho com abraçadeiras de nylon, também conhecidas como “enforca gato”, e os colocaram em um quarto, junto com uma mulher – que é esposa do homem e mãe do adolescente – e com a filha do casal, de apenas 10 anos. Depois, um amigo do garoto e um amigo do pai chegaram à casa, e também foram feitos refém.
À reportagem, a mãe da família lembra que um dos suspeitos estava em ligação no celular a todo momento e dizia que estava “negociando” a saída deles.
Eles fugiram em três veículos: um Gol prata, um carro branco não identificado pela família, e o Chevrolet Vectra preto, que foi apreendido. Com os quatro suspeitos foram encontrados dois simulacros de pistola, um revólver .38 milímetros, nove enforca gatos, relógios, controles de portão, chaves de carro e 11 celulares.
O GCM Nogueira disse, também, que “eles negam o crime. Acreditamos que estejam envolvidos em uma quadrilha que praticam crimes com esse mesmo modo de operação pela cidade há um tempo”.