Após 26 meses, Aneel anuncia cobrança extra na energia em decorrência do período de estiagem no País
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou que no mês de julho foi acionada a bandeira amarela na cobrança da energia elétrica. O acionamento da tarifa extra entra em vigor após 26 meses desde a última bandeira tarifária incidir sobre a conta. A taxa deve impactar em aumento de até R$ 72 na conta de luz dos consumidores sul-mato-grossenses.
Conforme comunicado divulgado pela Aneel, a ação ocorre em razão das condições menos favoráveis para geração de energia no País. Com previsão de chuvas abaixo da média até o final do ano (em cerca de 50%) e pela expectativa de crescimento da carga e do consumo de energia no mesmo período, somado ao inverno com temperaturas superiores à média histórica faz com que as termelétricas, com energia mais cara que hidrelétricas, passem a operar mais, principalmente durante a noite, quando não há produção de energia solar.
Ainda de acordo com a Agência, a cada 100 por quilowatt-hora (kWh) serão acrescidos R$ 1,88 nas contas dos consumidores. De acordo com o Conselho de Consumidores da Área de Concessão da Energisa Mato Grosso do Sul (Concen-MS), o valor varia por causa das taxas locais como a cobrança da taxa de iluminação pública.
De abril até o mês de junho, o consumidor de Campo Grande que gastava 50 kWh mensais pagavan R$ 0,93 por kWh consumido e agora passa a pagar R$ 1,01. Aqueles que consumiam 100 kWh pagavam R$ 1,12 por unidade e passam a pagar R$ 1,22. O consumidor que gastava entre 200 e 300 kWh pagava R$ 1,27 e passa a pagar R$ 1,37. Já o consumidor que consumia 600 kWh pagava R$ 1,22 por cada kWh e passa a R$ 1,34.
Considerando o valor estimado para cada faixa pelo Concen, é possível afirmar que as unidades que consomem a partir de 600 kWh terão um aumento de R$ 72 na fatura de energia elétrica. Já que uma conta que custava R$ 732 até junho passa a R$ 804 a partir deste mês.
Para consumidores com gasto de 400 kWh, a fatura que contava com despesa de R$ 508 sairá por R$ 548, ou seja, acréscimo de R$ 40. Na faixa média de consumo, os que utilizam 300 kWh perceberão a diferença de R$ 30 entre o mês passado e o atual, onde uma conta de luz que custava R$ 381 subirá para R$ 411. Enquanto os que consomem 200 kWh terão acréscimo de R$ 20, saindo de R$ 254 para R$ 274.
Os consumidores da faixa que utilizam 100 kWh por mês passam de uma conta de R$ 112 para R$ 122. E os clientes da faixa que utiliza até 50 kWh deixarão de pagar R$ 46,50 para ter um gasto de R$ 50,50 neste mês de julho.
Até junho deste ano as faturas de energia possuíam bandeira tarifária na cor verde e por isso não contavam com custo extra. O sistema de bandeiramento com “condições favoráveis”, foi mantida por 26 meses, desde abril de 2022.
ALERTA
A presidente do Concen-MS, Rosimeire Costa, faz um alerta aos consumidores para o momento de utilização consciente do serviço de energia elétrica em Mato Grosso do Sul, com o intuito de evitar desperdícios.
“Agora é o momento de ficar de olho no medidor, usar menos o ferro de passar, tomar banhos curtos, não deixar luzes acesas pela casa e tirar da tomada eletrodomésticos que não precisam ficar conectados. São pequenas ações do dia a dia que evitarão surpresas no final do mês”, aconselha.
Rosimeire explica ainda que a ideia da bandeira tarifária é justamente informar os clientes que a energia que ele está consumindo é aquela mais cara. “Usa-se uma outra fonte, que não são as fontes renováveis, faz-se a queima do diesel que encarece o processo”, esclarece acrescentando que se possível o ideal é fazer o uso de equipamentos eletrônicos mais eficientes com menor consumo de energia
BANDEIRAS
De acordo com a Aneel as bandeiras tarifárias integram o sistema que sinaliza aos consumidores os custos reais da geração de energia elétrica no País. Para tanto, as cores das bandeiras seguem a mesma lógica das cores utilizadas em semáforos de trânsito, verde, amarela ou vermelha que indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração de eletricidade.
A Bandeira verde indica condições favoráveis de geração de energia. Cujo seu acionamento não tem interferência na conta, portanto a tarifa não sofre nenhum acréscimo. A bandeira amarela assim como no trânsito sugere atenção, destacando que as condições de geração são menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,01885 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos.
Já a bandeira vermelha é dividida em dois patamares, sendo que o um representa condições mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,04463 para cada quilowatt-hora kWh consumido. Enquanto o patamar 2 aponta uma conjuntura mais custosa de geração, com a tarifa sofrendo acréscimo de R$ 0,07877 para cada quilowatt-hora kWh consumido.
Ainda segundo a Aneel, o sistema é uma forma de apresentar um custo que já estava na conta de energia, mas que geralmente passava despercebido. “Não existe, portanto, um novo custo, mas um sinal de preço que sinaliza para o consumidor o custo real da geração no momento em que ele está consumindo a energia, dando a oportunidade de adaptar seu consumo, se assim desejar”, detalha a Aneel.
Anterior a implementação das bandeiras, as variações que ocorriam nos custos de geração de energia, para mais ou para menos, eram repassados até um ano depois, no reajuste tarifário seguinte.
Conforme a agência nacional o sistema de Bandeiras Tarifárias se aplica a todos os consumidores cativos das distribuidoras com exceção daqueles localizados em sistemas isolados.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel em 2015 para indicar aos consumidores os custos da geração de energia no Brasil. Ele reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis e o acionamento de fontes de geração mais caras, como as termelétricas.
Saiba
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel em 2015 para indicar aos consumidores os custos da geração de energia no Brasil. Ele reflete o custo variável da produção de energia, considerando fatores como a disponibilidade de recursos hídricos, o avanço das fontes renováveis e o acionamento de fontes de geração mais caras, como as termelétricas.