A Starlink, iniciativa da SpaceX, empresa de Elon Musk, segue com seus planos de implementação e expansão de serviços de internet via satélite no Brasil. A empresa visa oferecer acesso à internet de alta velocidade e dados ilimitados, especialmente em regiões onde a infraestrutura terrestre tradicional apresenta limitações. A tecnologia utilizada pela Starlink emprega uma constelação de satélites em órbita baixa para fornecer conexão.
Um dos focos da Starlink é a tecnologia “Direct to Cell“, com previsão de lançamento global em 2025. Essa inovação permitirá que celulares compatíveis se conectem diretamente aos satélites da empresa, dispensando a necessidade de torres de celular. Inicialmente, o serviço deve oferecer envio de mensagens de texto e acesso a serviços de emergência, com planos futuros para incluir chamadas de voz e dados móveis. A tecnologia já recebeu aprovação da Comissão Federal de Comunicação dos Estados Unidos e está em fase de testes em diversas localidades.
Anatel analisa pedido de expansão da Starlink no Brasil
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está analisando o pedido da Starlink para aumentar o número de satélites em operação no Brasil. A solicitação da empresa é para adicionar mais 7,5 mil satélites à sua frota no país. O pedido foi incluído na pauta da próxima reunião do conselho diretor da Anatel.
O processo está sob a relatoria do conselheiro Alexandre Freire, que publicou o relatório para análise em fevereiro deste ano. Segundo dados divulgados por Elon Musk em setembro de 2024, a Starlink já possuía 6.350 satélites em órbita.
Para operar no Brasil, qualquer empresa de internet via satélite necessita de autorização da Anatel, e a Starlink já possui essa permissão para oferecer seus serviços no país.
Os satélites da Starlink são classificados como “não geoestacionários” ou de “baixa órbita”. Essa característica permite que ofereçam internet mais rápida em áreas de difícil acesso, como regiões rurais e isoladas. Os satélites operam a uma altitude de aproximadamente 550 quilômetros da Terra, o que resulta em um menor tempo de latência na transmissão do sinal em comparação com satélites geoestacionários, localizados a cerca de 35 mil quilômetros.
A Starlink informa que seus satélites possuem sistemas automáticos para evitar colisões com lixo espacial e sensores de navegação para otimizar o envio do sinal de internet. O lançamento dos satélites é realizado pela própria SpaceX, empresa à qual a Starlink pertence.
Planos de serviço
A Starlink vai oferecer diferentes planos de serviço no Brasil, com variações de preço e funcionalidades. Os planos disponíveis incluem opções para residências, viagens e embarcações. O plano residencial possui um custo mensal, acrescido do valor do equipamento para instalação da antena. O plano viagem, voltado para usuários em trânsito, tem um preço mensal que já inclui o kit antena. Já o plano para embarcações apresenta um valor mensal mais elevado, também com o custo da antena.
A empresa também anunciou planos para o lançamento da conectividade gratuita para smartphones específicos a partir de julho de 2025. Adicionalmente, a Starlink mencionou a possibilidade de oferecer internet gratuita temporariamente no Brasil, enquanto aguarda a resolução de uma disputa judicial relacionada ao bloqueio de suas contas.
Valores em média:
Plano residencial
Custa R$184 por mês, além do custo do equipamento, que é necessário para a instalação da antena.
Plano viagem
Voltado para quem está sempre na estrada ou em movimento, este plano custa R$450 por mês e inclui o custo do kit antena.
Com ele, é possível manter a conectividade em diferentes lugares, seja em hotéis, áreas de camping ou durante longas viagens.
Plano embarcações
A Starlink também oferece uma solução para quem precisa de internet em alto-mar. O plano para embarcações tem o custo de R$1.283 por mês, também com o custo adicional da antena.
Concorrência no mercado brasileiro de Satélites
Em novembro de 2024, durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, a Telebrás firmou um acordo com a SpaceSail, uma empresa chinesa concorrente da Starlink. O acordo sinaliza uma possível cooperação entre as empresas, caso a SpaceSail obtenha autorização para operar no Brasil.
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, declarou que o objetivo é permitir que a SpaceSail possa oferecer seus serviços no país, desde que cumpra as regulamentações da Anatel. Segundo o ministro, a SpaceSail possui atualmente 40 satélites em órbita e planeja expandir sua frota significativamente nos próximos anos.
Quais regiões serão beneficiadas pela Starlink?
A Starlink já está presente em várias partes do mundo e planeja expandir seu serviço para áreas com desafios de conectividade, incluindo regiões afetadas por desastres naturais. Entre os locais que poderão se beneficiar estão:
- EUA
- Antártida
- Madagáscar
- Brasil
- Iêmen
Dispositivos compatíveis com a conexão
Nem todos os celulares poderão acessar o serviço da Starlink. Apenas dispositivos que já suportam redes emergenciais e conexão direta com satélites serão compatíveis. Alguns dos modelos que poderão se beneficiar incluem:
- Apple: iPhone 14, 15 e 16
- Samsung: Galaxy A14 até A54, Galaxy S21 até S25, Galaxy Z Flip 3 até Z Flip 6, Galaxy Z Fold 3 até Z Fold 6, Galaxy X Cover 6 Pro
- Motorola: Razr (2024), Razr Plus (2024), Moto Edge E Moto G Power 5G (2024)
- Google: Pixel 9
- T-Mobile: Revvl 7 5G E 5G Pro
Como ativar a conexão Starlink no celular?
Para ativar a conexão gratuita da Starlink, os usuários precisam seguir algumas etapas simples em seus dispositivos:
- Verificar se o aparelho é compatível com a tecnologia Direct to Cell;
- Atualizar o software do dispositivo para garantir suporte ao serviço;
- Acessar as configurações do celular e ativar a opção de conexão via satélite na seção “Conexões” ou “Redes móveis”;
- Em áreas sem sinal convencional, o aparelho se conectará automaticamente ao satélite;
- Nos celulares compatíveis, a conexão será identificada como “T-Mobile SpaceX”, indicando o uso do serviço via satélite.
