Foi protocolado na última sexta-feira, um pedido de instalação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pela Senadora Soraya Thronicke para investigar a atividade das casas de apostas ilegais no Brasil, contando já com a assinatura de 31 senadores.
O pedido para esta investigação veio logo depois da Operação Integration, no dia 4 de setembro, deflagrar em vários estados brasileiros, um grande esquema de prática de jogos ilegais e lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 3 bilhões.
CPI pretende analisar operações financeiras de bets no país
Existem alguns fatores, que foram apontados pela senadora como os catalisadores para o pedido desta instauração de inquérito, entre eles a grande e crescente popularidade das casas de apostas no Brasil e também as somas bilionárias que estas movimentaram. A CPI ainda servirá, segundo a visão da ex-candidata a presidência da república, para analisar a atividade das empresas de bets, visando criar políticas mais robustas:
“A CPI permite uma análise detalhada das operações financeiras relacionadas aos jogos virtuais de apostas onlinevisando à implementação de mecanismos mais robustos de controle e combate ao crime organizado, além de proteger o consumidor e a integridade do mercado”– afirmou a senadora do Podemos-MS.
Vale lembrar que ela foi uma das políticas favoráveis à regulação das bets no Brasil, porém entre seus comentários ela falou que: “Não adianta fechar os olhos para a realidade dos jogos online, mas é preciso uma fiscalização rigorosa”.
Caso esta CPI seja instalada, esta será a segunda investigação em torno do setor das bets. Além dela, já existe uma CPI em andamento com um assunto relacionado, porém que está investigando a manipulação de resultados de jogos de futebol, onde os envolvidos utilizam de casas de apostas para obter lucros ilegais.
Veja quais foram os senadores que votaram a favor da instauração da CPI
- Alan Rick, Alessandro Vieira, Bene Camacho, Carlos Portinho, Castellar Neto, Cleitinho, Damares, Eduardo Gomes, Fernando Farias, Flávio Arns, Girão, Hiran, Humberto Costa, Izalci, Jayme, Jorge Seif, Leila, Lucas Barreto, Mara Gabrilli, Marcos Rogério, Marcus do Val, Moro, Mourão, Plinio, Randolfe, Rodrigo Cunha, Romário, Soraya, Styvenson, Weverton e Zequinha Marinho.
Entenda a Operação Integration que prendeu Deolane Bezerra
A Operação Integration da Polícia Civil, tinha como foco acabar com um grande esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. Para isso a operação contou com uma grande estrutura, necessária para cumprir 19 mandados de prisão e pelo menos 24 mandados de busca em 6 cidades. Os investigados estavam espalhados pelo país, em Cascavel (PR), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Campina Grande (PB), Barueri (SP) e Recife (PB).
Inicialmente a operação apreendeu 38 veículos com restrição no Renajud, 17 carros de luxos, aviões, jóias e também bloqueou R$ 2,1 bilhões de alvos envolvidos neste esquema fraudulento, que possuía desde empresários a influenciadores digitais. Entre os que foram apreendidos estão o CEO da Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho e a influenciadora Deolane Bezerra, que teve todos os seus bens bloqueados.
Ela, junto a sua mãe que também foi presa, integrava este grupo que também praticava a lavagem de dinheiro através do “smurfing”, que é fracionar pequenos valores obtidos por meios ilegais, para dificultar a rastreabilidade por parte das autoridades financeiras.
A influenciadora até foi solta, porém, ela voltou a ser presa por descumprir a regra de não se manifestar por meio de redes sociais, imprensa ou outros meios de comunicação. Deolane, logo depois que saiu do Instituto Bom Pastor, se manifestou sobre sua prisão, como também, ela postou uma foto de boca tapada nas redes sociais, que também pode ter servido para justificar a revogação de sua liberdade.
Fonte: Redação