A soja e a celulose foram os principais responsáveis pelo superávit de US$ 3,71 bilhões na balança comercial de Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2024. As exportações somaram US$ 5,098 bilhões, enquanto as importações totalizaram R$ 1,38 bilhões de janeiro a junho. Apesar do bom desempenho, houve uma queda de 6,20% nas exportações e de 12,1% nas importações em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Os dados foram divulgados pela Carta de Conjuntura Comércio Exterior da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). A soja liderou a pauta de exportações, representando 37,94% do total exportado, o que equivale a US$ 2,3 bilhões. A celulose veio em seguida, com 20,49% de participação e receita de US$ 771,6 milhões. Comparado ao mesmo período do ano anterior, a celulose teve uma alta de 35,39% no valor de exportação.
A carne bovina também se destacou, ocupando a terceira posição na pauta de exportações com US$ 443 milhões vendidos. O secretário da Semadesc, Jaime Verruck, ressaltou os primeiros resultados positivos do credenciamento de frigoríficos para a China. “A retomada nas exportações de carne bovina já mostra o quanto o crescimento na habilitação dos frigoríficos tem sido favorável para a exportação de MS”, frisou Verruck.
A celulose, outro destaque na balança comercial, foi mencionada por Verruck. “A celulose continua com um mercado bastante dinâmico e forte. Nós tivemos um crescimento de 35% nas exportações em relação ao mesmo período do ano passado”, comemorou o secretário. Esse aumento significativo mostra a robustez do setor no estado.
Nas importações, o gás natural se destacou, compondo 43,64% do total importado, seguido por adubos (10,24%) e cobre (6,62%). Verruck explicou que a redução na importação de gás natural impacta a arrecadação do estado, atribuindo essa diminuição à queda de capacidade da Bolívia em fornecer o produto. “Os poços bolivianos apresentam uma queda de produção. Não ocorrem investimentos de exploração em novas fontes de gás boliviano, e a consequência é uma queda nas importações”, analisou Verruck. Ele também mencionou a queda na importação de ureia da Bolívia devido à diminuição na produção.
A China continua sendo o principal destino das exportações de Mato Grosso do Sul, absorvendo 49,32% das vendas externas, seguida pelos Estados Unidos (5,50%) e Países Baixos (4,38%). Esse cenário demonstra a forte dependência do mercado chinês para os produtos sul-mato-grossenses.
A indústria de transformação registrou um aumento de 0,32% no valor das exportações, enquanto a agropecuária teve um declínio de 14,39%, indicando uma redução na atividade agropecuária. Verruck atribuiu essa queda à redução no preço da soja no ano passado e à retenção do grão pelos produtores. “O fluxo de comércio exterior não tem evoluído em termos de volume exatamente por conta do preço. Consequentemente, o produtor está estocado, ou seja, estamos com o nível de comercialização da soja abaixo do ano passado”, explicou.
A indústria extrativa teve uma alta de 17,89% no valor das exportações, refletindo um desempenho positivo do setor. No entanto, a crise hídrica afetou as exportações de minério de ferro devido à restrição de calado no rio Paraguai, retardando o volume exportado. “A crise hídrica afetou as exportações de minério em MS”, pontuou Verruck.
Entre os municípios, Três Lagoas lidera como maior exportador, com 23,82% do total das exportações, seguido por Dourados (8,56%), Antônio João (5,14%) e Campo Grande (4,46%). Esses dados mostram a concentração das atividades exportadoras em algumas cidades-chave do estado.
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