Definidos os 29 nomes que irão compôr a Casa de Leis pelos próximos quatro anos, a primeira sessão ordinária após o fim do primeiro turno na Câmara Municipal de Campo Grande, trouxe desde falas sobre “a maldição do líder” até último discurso de vereador.
Com o encontro dos parlamentares da próxima quinta (10) suspenso, por decreto que emenda a data ao feriado da Criação de Mato Grosso do Sul, os vereadores se encontram agora só no próximo dia 15 e fica registrado que, na sessão de hoje (08), três projetos foram aprovados, sendo:
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PL| n. 11.365/24: declara Grupo Escoteiro Messiânico como de utilidade pública municipal;
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PL| n. 11.375/24: inclusão de aba específica com serviços aos idosos em sites oficiais do poder público municipal, e
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PL| n. 11.379/24: inclui o Dia Municipal de Conscientização do Mutismo Seletivo no calendário de eventos.
Justamente da boca do líder da prefeita na Casa de Leis, Beto Avelar, saiu uma das falas mais inusitadas, que faz menção a uma antiga “maldição” quebrada agora pelo parlamentar filiado ao Partido Progressistas.
“Falavam que líder de prefeita não era reeleito, o André sempre me mandava ter cuidado com a maldição. No final da apuração achei que ia concretizar isso… mas enfim”, argumentou ele durante sua fala na sessão.
Adeus de vereadores
A sessão ficou marcada pelas falas de dois parlamentares, que aproveitaram para exaltar a corrida eleitoral e o trabalho executado por alguns que, como Tiago Vargas, trazem suas últimas falas para a Casa de Leis.
Agradecendo o eleitorado, Tiago disse em tribuna que o “sistema trucida”, mas que perdeu uma batalha e não a guerra, tecendo falas a críticos do parlamentar, como o apresentador e jornalista Benedito de Paulo Filho.
“Apanhando da imprensa todos os dias. O senhor, ‘B. de Paula’, conseguiu o que queria, deve ter recebido muito para fazer o que fez comigo, me trucidar.
Em 3 dias de campanha, ganhei liminar na segunda-feira e quinta ela caiu, 2.898 pessoas votaram no Tiago Vargas.
Possivelmente é o último discurso meu nessa Casa Legislativa, aos eleitos e reeleitos que Deus os conduza da melhor maneira possível”disse ele.
Outro adeus registrado na Casa foi o do Dr. Loester, político que espera se manter firme na luta partidária, porém frisando que já não disputará mais qualquer outra eleição.
“Doravante não serei mais candidato a cargos eletivos. Isso é uma decisão que já havia tomado na eleição passada e me fizeram descumprir minha promessa, o que ninguém fará mais”, afirma o vereador.
Presentes, ausentes e maldição
Restando poucas semanas de trabalho parlamentar neste 2024, a sessão de hoje (08) chegou ao fim com presença de boa parte dos parlamentares, com apenas quatro vereadores ausentes.
Entre os faltosos, não só aqueles que não se reelegeram – como o ‘dinossauro’, Valdir Gomes; Marcos Tabosa ou William Maksoud – deixaram de marcar presença, como também o tucano reeleito, Silvio Pitu, também não apareceu no plenário.
Para além dos vereadores da atual legislatura, entre os presentes na Casa de Leis estavam também alguns dos futuros parlamentares eleitos no pleito deste ano, que assumem a cadeira na Câmara Municipal a partir de 2025, como, por exemplo:
- Jean Ferreira (PT)
- Rafael Tavares (PL)
- Marco (PT)
“Passando o bastão”, o parlamentar petista que não conseguiu se reeleger, Ayrton Araújo, destacou felicidade em cumprir 12 anos de mandato, além da satisfação para com a própria campanha.
“Mas com pernas curtas você não consegue alcançar objetivo só no orgânico, no voto real que as pessoas dão pelo seu trabalho e pessoa que você é”, completou ele, dizendo que vai continuar fazendo política em algum lugar da Capital.
Outro médico e candidato que não conseguiu reeleição, Dr. Sandro Benites – que atuou até como secretário de Saúde municipal – destacou a surpresa que teve em ver o sucesso conquistado por alguns de seus colegas parlamentares.
Agradecendo os mais de três mil votos, que não lhe reconduziram à cadeira de vereador, Benites apontou para os votos conseguidos por Coringa e Victor Rocha, que respectivamente passaram de seis e cinco mil eleitores computados.
Profº Juari, apesar de lamentar que Beto Pereira não avançou para o segundo turno, foi categórico em dizer que acredita na “lisura” e que, de fato, o tucano não alcançou os votos necessários.
“Teremos reunião de partido e como sou um homem deses, e definiremos os rumos onde tomarei a decisão de caminhar ou não com uma das duas”, pontuou.
Também, como muitos outros vereadores, Gilmar da Cruz estendeu agradecimentos aos mais variados políticos, de dentro e fora dessa Casa de Leis municipal.
“Meu desejo era estar aqui, mas infelizmente não foi possível. Uns vencem, outros perdem, não podemos abaixar a cabeça”, concluiu.