Um quiosque da Praça dos Imigrantes foi incendiado na tarde segunda-feira (18), no Centro de Campo Grande. O espaço cultural está com obras paradas após a rescisão do contrato com a empresa responsável pela revitalização. A praça tinha previsão de ser entregue para as atividades de artesãos e agendas culturais em novembro de 2023.
Uma moradora vizinha do local, há 35 anos, relata que o cenário é de completo desprezo à história cultural da praça. A insegurança reina entre os comerciantes e moradores diante da sujeira, movimentação de usuários de drogas e pessoas em situação de rua.
“Isso aqui era a vida da gente, criei meus netos aqui. Cansamos de pedir uma mudança, não temos para quem pedir ajuda. É um completo abandono”, descreve.
A praça fica em uma localização considerada privilegiada, em ruas importantes da região, no cruzamento da Rua Barão do Melgaço, Rui Barbosa e Joaquim Murtinho. Contudo, a marginalidade impera. Não é a primeira vez que o Jornal Midiamax retrata a situação que se degrada com o passar do tempo e sem a retomada de obras.
Em maio desde ano, o local era considerado um “condomínio de usuário de drogas”. Grande parte do lixo estava nos quiosques. Agora, é impossível andar pelo pátio da praça diante da quantidade de lixo e até fezes humanas.
‘Servindo de lixão’
“Já entraram no meu comércio, não sentimos mais segurança. Desde que a prefeitura inventou de fazer essa reforma, na verdade, fez com que o local fosse destruído. Esse era um local que trazia movimento, atrações, pessoas, visitantes. Hoje em dia, a polícia nem vem mais se liga”, diz.
“A gente lamenta muito, é um espaço muito importante e está completamente abandonado, servindo de lixão”.
Uma artesã, que preferiu anonimato, relata que desistiu de continuar as atividades no local após as mudanças. A categoria está alocada na Morada dos Baís desde o ano passado.
Segundo ela, o grupo de trabalhadores participou de uma reunião com representantes do município com a promessa da retomada das obras. “A praça está desativada e os artesãos continuam pagando taxa pelo espaço”.
Suspensão de contrato
Em agosto desde ano, a prefeitura publicou a rescisão com a empresa responsável pela revitalização na edição do Diário Oficial. O contrato era firmado por meio da Sectur (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) e a Empresa Tascon Engenharia Ltda.
Ainda conforme publicação no Diogrande, o contrato foi rescindindo bilateralmente, “havendo em favor da Contratada saldo de R$ 55.702,31 (cinquenta e cinco mil, setecentos e dois reais e trinta e um centavos) a pagar, sendo a 5ª medição no período de 1º/6/2024 a 30/6/2024, no valor de R$ 36.265,12 (trinta e seis mil, duzentos e sessenta e cinco reais e doze centavos), e reajuste no valor de R$ 19.437,19 (dezenove mil, quatrocentos e trinta e sete reais e dezenove centavos), correspondente aos períodos de abril, maio e junho”, diz o termo.
De acordo com dados do portal Mais Obras, a revitalização começou no dia 15 de junho de 2023 e deveria durar seis meses, com previsão de conclusão no dia 13 de novembro de 2023, orçada em R$ 339.097,02. No entanto, o portal descreve que a obra está 63% concluída, com R$ 212.142,17 executados.
Na época, os pisos do pátio foram retirados e tinham previsão de nivelamento do terreno.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura e aguarda um posicionamento.