Operação para enfraquecer o poder das facções criminosas dentro dos presídios terminou na última sexta-feira (15) com 106 unidades vistoriadas no Brasil, incluindo Mato Grosso do Sul. O trabalho começou na segunda e seguiu até a sexta, realizado pela Polícia Penal Federal em parceria com as polícias estaduais.
Ao fim da semana, 1.056 tinham sido apreendidos, média de 9,9 por instituição, número baixo a contar pela realidade de crimes e golpes ordenados por presos. Também foram recolhidos carregadores e porções de drogas. Os números regionais não foram divulgados.
Em Dourados, por exemplo, no Presídio Estadual (PED), só presos de outros pavilhões filmaram a ação dos policiais. Dentro da cela, ele exibia o celular tranquilamente, enquanto do outro lado do corredor, dava para ouvir barulho de disparos que saíram de armas de efeito moral.
Com cerca de 2,5 mil custodiados, a PED é o maior presídio de Mato Grosso do Sul. As vistorias iniciaram às 7h48 de quinta-feira e contaram com a participação de cerca de 70 policiais penais, entre operacionais do Comando de Operações Penitenciárias (Cope), que atuam na retirada e contenção dos presos, e os servidores da penitenciária, que realizam as inspeções, além de integrantes da área de inteligência.
Mas a operação também ocorreu no complexo penal de Campo Grande. Na próxima etapa, a previsão é de providenciar telamento superior de todos os presídios, para coibir a entrada de aparelhos por drones e arremessos.
Segundo o Ministério da Justiça, a ação desta semana envolveu 4.384 policiais penais e teve 5.204 celas revistadas em todo Brasil.
Mesmo com resultado pífio, o governo federal considera a maior operação deste tipo realizada no país, “devido à quantidade de policiais penais estaduais e federais envolvidos e unidades prisionais estaduais”.
Hoje, um dos grandes trunfos do crime organizado é o uso de celulares para a comunicação, o que tem contribuído para o crescimento dos índices de violência em âmbito nacional.
Na primeira fase da operação, foram apreendidos 1.166 aparelhos celulares, um revólver, armas brancas e substâncias análogas a entorpecentes. Nessa etapa, o surpreendente é que de 68 unidades vistoriadas, apenas dez demonstraram possuir rotina de controle efetiva com revistas frequentes.