A família de Jorge Ávalos, de 60 anos, o ‘Jorginho’, que foi morto por uma onça na última segunda-feira (21), em um pesqueiro na região de Miranda, está buscando apoio jurídico para cobrar possíveis direitos trabalhistas e apurar as circunstâncias do caso.
De acordo com o advogado João Paulo Pequin, que representa um dos filhos da vítima, a situação em que o homem vivia era precária e carecia de condições mínimas de segurança.
Segundo o relato do advogado, Jorginho trabalhava sozinho no local, sem eletricidade, proteção ou estrutura adequada. “Não quero afirmar que ele era mantido em situação análoga à escravidão, mas o que a gente sabe é que as condições eram muito precárias. Não havia cerca, segurança ou qualquer meio para impedir um ataque como esse”, explicou Pequin.
O profissional afirmou ainda que a família nega que a vítima estivesse alimentando o animal, hipótese levantada inicialmente durante as investigações. “Ele não alimentava a onça, isso é o que a família me disse com certeza”, destacou.
Até o momento, os responsáveis pelo pesqueiro não procuraram a família para prestar esclarecimentos ou oferecer qualquer tipo de suporte. Pequin também relatou que ainda não foi possível identificar formalmente os donos do local, mas que está em contato com pessoas da região na tentativa de mediar um acordo extrajudicial.
“Nosso primeiro passo é reunir toda a família e entender se todos querem seguir com a ação. Por enquanto, represento apenas um dos filhos, que me autorizou a falar em nome dele. A ideia é buscar, pelo menos, o pagamento das verbas rescisórias, uma pensão e os direitos previdenciários”, afirmou o advogado.