O vereador Beto Avelar (PP) teria comunicado, neste sábado (28), à prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), a desistência de concorrer à presidência da Mesa Diretora da Câmara Municipal, cuja eleição está marcada para as 19 horas do dia 1º de janeiro de 2025.
Conforme o Correio do Estado publicou na edição imprensa deste fim de semana, a quatro dias do pleito, Beto Avelar ainda não tinha os nomes suficientes para registrar uma chapa para competir contra a montada pelo vereador Epaminondas Vicente Silva Neto (PSDB), o “Papy ”.
Para registrar uma chapa, o que precisa ser feito até uma hora antes da eleição, o parlamentar precisa ter sete nomes – presidente, 1º secretário, 2º secretário, 3º secretário, 1º vice-presidente, 2º vice-presidente e 3º vice-presidente – e Beto Avelar conta apenas com o próprio nome e dos colegas Professor Riverton (PP), Delei Pinheiro (PP), Maicon Nogueira (PP), Wilson Lands (Avante) e Leinha (Avante), totalizando seis parlamentares.
A reportagem procurou o parlamentar para confirmar a informação, mas, até a publicação da matéria, não obteve sucesso, entretanto, o espaço continua aberto. Já o vereador Papy disse ao Correio do Estado que teria conversado ontem (27) com Beto Avelar, quando trataram sobre uma chapa de consenso, o que deve ser confirmado ainda hoje.
“Ele deixou encaminhado a possibilidade de desistir de bater chapa, mas somente hoje bateria o martelo sobre essa questão. Caso se confirme, ainda dá tempo de abrir uma vaga na Mesa Diretora, pois já falei com o PT e com o União Brasil e ambos estão dispostos a ceder uma vaga para o PP”, adiantou Papy.
Ele também já estaria em contato com o atual presidente, o vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o “Carlão, que será o novo 1º secretário da Casa de Leis, para alinhar a inclusão do PP na chapa de consenso, evitando, dessa forma, uma disputa pelo comando da Câmara.
Até ontem, além do próprio Papy, os demais vereadores que estão com ele são: Marquinhos Trad (PDT), Rafael Tavares (PL), Carlão (PSB), Silvio Pitu (PSDB), Veterinário Francisco (União Brasil), Fábio Rocha (União Brasil), Junior Coringa (MDB), Dr. Victor Rocha (PSDB), Professor Juari (PSDB), Flavio Cabo Almi (PSDB), Luiza Ribeiro (PT), André Salineiro (PL), Ana Portela (PL), Neto Santos (Republicanos), Herculano Borges (Republicanos), Dr. Jamal (MDB), Landmark (PT), Clodoilson Pires (Podemos), Jean Ferreira (PT), Dr. Lívio (União Brasil), Ronilço Guerreiro (Podemos) e Otávio Trad (PSD).
SEM DIGITAL
Em entrevista concedida ontem ao Correio do Estado, a prefeita Adriane Lopes afirmou que, até o momento, não se manifestou sobre a eleição na Casa de Leis porque o pleito é responsabilidade do Poder Legislativo, que é independente e isso ela respeita.
“Já conversei com o vereador Papy (PSDB), conversei com o Beto Avelar (PP), com os outros três vereadores progressistas e com os dois do Avante, bem como com os dos outros partidos, mas eu dei a liberdade ao vereador reeleito Beto Avelar para ele trabalhar como independência. Se ele tem o posicionamento de buscar a presidência da Câmara e entende que pode ser, eu não vou barrar o sonho de ninguém”, declarou.
A gestora completou que não disse “para Papy e nem para Beto que eles não podem ser o presidente”. “Dei liberdade para os quatro vereadores do Partido Progressista e os dois do Avante construírem suas respectivas candidaturas. Agora, a construção é deles, não da prefeita. Eu estou no partido, mas a construção não é minha. Eles têm que se viabilizar, ir atrás dos votos para colocar o nome em aprovação para a presidência da Câmara”, argumentou.
Ela também acrescentou que não deu prazo para Beto Avelar viabilizar a candidatura. “Não dei porque não partiu de mim a candidatura, partiu do próprio vereador. Porém, pelo que eu ouvi, se o Beto tiver só seis votos, mesmo assim, talvez ele já teria retirado a candidatura dele. Porque esse negócio de ter uma lista prévia para a eleição de Câmara, a gente já conhece como termina a história”, ressaltou.
Adriane Lopes relatou que seu ponto de vista é o mesmo, ou seja, se o vereador Beto Avelar, chegando mais próximo da eleição, entender que deve ir para o embate ou recuar, terá total liberdade para tomar a decisão. “No PP, eu não vou impor que ele seja candidato, porque é a minha vontade, ou da vontade da senadora Tereza Cristina, já que, desde o primeiro momento, o Beto teve total liberdade para construir”, apontou.
A prefeita completou que, se Beto Avelar verificar que não vai conseguir disputar, tem de sentar com o outro grupo e alinhar uma chapa de consenso. “Eu acredito que todas as eleições da Câmara Municipal acontecem assim. Na eleição da Assembleia Legislativa, cujo presidente é o deputado estadual Gerson Claro, do PP, os outros abriram mão da disputa para que ele fosse eleito. A composição acontece até na véspera, até no último dia, mas eu continuo dando liberdade para que, tanto o Papy, quanto o Beto possam disputar o cargo”, repetiu.
Para finalizar, a gestora lembrou que se dá muito bem, tanto com o Papy, quanto com o Beto Avelar. “Inclusive, o Papy me apoiou na campanha eleitoral, não tenho nada contra ele, muito pelo contrário, professamos a mesma fé e ele me apoiou no segundo turno. Por isso, eu sou muito grata e deixo essa construção aberta entre ambos. Mas não, a prefeita não tem a sua digital nem na candidatura do Papy, nem na do Beto. A partir do momento que for chegando na véspera, aí talvez a gente sente e converse com ambos, mas não tenho nenhum preferido”, analisou.