Conforme levantamento, foram 6,7 mil propriedades financiadas no ano passado, ante 3,9 mil contratadas em 2022
O número de contratações do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) em Mato Grosso do Sul teve um aumento de 69% no período de um ano.
Em 2023, foram 6.710 unidades habitacionais contratadas no Estado, ante 3.970 financiadas em 2022, quando o programa era denominado Casa Verde e Amarela.
Os dados são do levantamento “Caderno dos Estados 2024”, produzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a pedido da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), e foram enviados com exclusividade ao Correio do Estado.
Em valores financiados, as contratações do programa Minha Casa, Minha Vida quase dobraram, saindo de R$ 534,2 milhões, em 2022, para R$ 1 bilhão no ano passado – alta de 87,2%.
Ainda conforme o estudo, 90,5% dos financiamentos imobiliários realizados em Mato Grosso do Sul são negociados com a Caixa Econômica Federal (CEF). São R$ 12,4 bilhões em operações ativas, do total de R$ 13,7 bilhões no Estado.
“Os bancos privados não possuem nenhum financiamento imobiliário no Estado”, detalha o documento.
Para o presidente da Fenae, Sergio Takemoto, as informações evidenciam a grandeza da Caixa em números e em relevância para a sociedade como agente de inclusão social.
“O material mostra para toda a sociedade como o trabalho da Caixa e seus empregados contribui para o desenvolvimento do País, reduzindo desigualdades sociais e proporcionando melhoria das condições de vida da população. Além disso, reforça a importância do retorno das políticas públicas de habitação para a população mais pobre, um compromisso do governo Lula”, ressaltou.
O presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Geraldo Paiva, afirmou ao Correio do Estado que o programa deverá se consolidar como o maior propulsor para o setor imobiliário residencial neste ano.
“Os financiamentos do Minha Casa, Minha Vida, com seus subsídios e juros baixos, são o melhor caminho para adquirir a casa própria. Grandes, médias e pequenas construtoras estão adequando projetos para essas faixas, e acreditamos que este será um ano de retomada, dependendo da força e disponibilidade desses recursos”, avaliou.
De volta oficialmente desde o ano passado, o ‘Minha Casa, Minha Vida’ foi sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em julho de 2023.
Reformulado, o programa trouxe novidades, sendo o aumento no teto de imóveis financiados o principal.
Em Mato Grosso do Sul, nenhuma cidade chega ao novo teto de R$ 350 mil, o valor máximo disponibilizado para o Estado está em Campo Grande, onde o imóvel pode custar até R$ 264 mil.
Além do novo teto, o programa habitacional retornou com alterações em sua base, que incluem aumento dos subsídios, taxas de juros menores e, com maior destaque, a volta da faixa 1, que beneficia famílias com renda menor.
2024
Dados apresentados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), na segunda-feira, confirmam a tendência de crescimento nas contratações do programa neste ano.
A pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do primeiro trimestre deste ano mostra que o mercado imobiliário registrou aumento de 6% na venda de unidades residenciais novas em todo o País no primeiro trimestre deste ano, em relação ao primeiro trimestre de 2023, sendo a maior alta na região Centro-Oeste, de 20,2%.
O aumento teve contribuição dos resultados do programa Minha Casa, Minha Vida, cujas vendas subiram 21,3%, na mesma comparação entre trimestres.
O estudo foi realizado em 220 cidades, incluindo todas as 27 capitais e as principais regiões metropolitanas do País. A pesquisa não divulga o recorte por cidade ou unidade da Federação, apenas por região.
Em todo o Brasil, foram 31.407 negociações do MCMV no primeiro trimestre deste ano, ante 25.882 no primeiro trimestre de 2023.
O MCMV também teve aumento expressivo de 24,7% no número de unidades lançadas – 26.439 novos imóveis colocados no mercado – no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, que somou 21.207 imóveis lançados. Para a CBIC, o mercado vem respondendo desde os avanços promovidos no programa MCMV no segundo semestre de 2023.
Segundo o presidente da CBIC, Renato Correia, a tendência para o segundo semestre deste ano é de crescimento. “O movimento de união de várias esferas para o combate ao deficit habitacional é muito importante para o abastecimento da sociedade brasileira em habitação”, disse.
Estudo
O levantamento encomendado pela Fenae e enviado com exclusividade ao Correio do Estado ainda traz outros dados sobre Mato Grosso do Sul. A publicação “Caderno dos Estados 2024” tem o objetivo de mostrar para a sociedade a importância da Caixa para o País.
O material apresenta os números das principais políticas públicas operacionalizadas pelo banco.
De acordo com o levantamento, dos R$ 59,5 bilhões de operações de crédito ativas no Mato Grosso do Sul, 30,2% ou R$ 18 bilhões pertencem ao banco público.
Desde 1995 até 2023, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que é operacionalizado pela Caixa, executou R$ 13,6 bilhões em obras de saneamento, habitação e infraestrutura em todo o Estado. Foram 298.915 empregos gerados e 7.870.733 pessoas beneficiadas.
O estudo aponta ainda que, entre março e dezembro 2023, 209.279 famílias de Mato Grosso do Sul foram beneficiadas com o Bolsa Família. O valor médio do benefício foi de R$ 697,68, e o total transferido foi de R$ 1,5 bilhão. O programa foi oficialmente retomado em março.