A Santa Casa conseguiu viabilizar três salas onde serão alocados dez berços para atender crianças acometidas pela gripe, conforme solicitado pela Secretaria de Saúde do Município (Sesau), e agora aguarda a parte burocrática.
Segundo o diretor técnico da Santa Casa, o médico William Leite Lemos, o hospital possui profissionais, equipamentos, mobiliário e computadores para atender os pacientes. Neste momento, estão aguardando a resposta da Sesau.
Com relação à superlotação dos hospitais, a prefeita Adriane Lopes (PP), disse ao Correio do Estadoque em uma tentativa de desafogar os hospitais transformou as Unidades Básicas de Saúde em “mini upas”.
Parte dos berços serão cedidos pelo hospital e a outra parte será cedida pela Sesau, de acordo com o diretor técnico do hospital, a Secretaria de Saúde do Município foi informada da disponibilidade do espaço há aproximadamente duas semanas.
“O principal ponto é o termo aditivo contratual. Somos um hospital privado, que somos contratados pelo poder público para assistência, não está no nosso contrato, a assistência a esses dez leitos de pediatria, então a Sesau precisa fazer um aditivo contratual. Um documento extra, contratando a Santa Casa, para podermos atender esses dez leitos que vamos abrir. Então, estamos na pendência desses leitos serem autorizados pela Sesau”, disse William.
Enfermarias Pediátricas
Ao todo serão três setores, anteriormente o espaço era ocupado por pacientes adultos que foram transferidos para outras alas do hospital.
Em uma das salas, serão três leitos com espaço para um extra, com acesso à rede de gazes medicinais, que se tratam da parte em que o paciente precisar receber oxigênio, mas apenas em quadro de saúde leve.
“Os leitos (que foram abertos) são para casos de baixa e médica complexidade. O que significa isso? Que nós não temos a previsão de que esses pacientes sejam intubados aqui”, explicou William e completou:
“Para que servem esses gazes medicinais, vamos supor: a criança está fazendo uma nebulização, está tendo alguma medicação inalatória, ou então ela precisa de um oxigênio para ter conforto, então a gente conecta essa criança através do cateter. Esse é objetivo dessa rede de gazes”.
Mesmo que ocorra de alguma criança evoluir para um caso mais grave, o setor consegue inicialmente intubar no local, no entanto, necessitaria seguir para uma UTI Pediátrica. O que, conforme explicou William, chegou até a ser conversado com a Secretaria Municipal de Saúde, da Santa Casa não possuir espaço físico para abrir novos leitos de Unidade de Terapia Intensivo (UTI).
“Não temos esse espaço físico, temos até equipe para isso, mas espaço físico o hospital não tem. Assim como no ano passado (pudemos ampliar) esse tipo de leito (de enfermarias pediátricas)”.
Superlotação
William contou que o hospital está com superlotação na ala vermelha que possui capacidade de atender três pacientes e no momento está com quatro. E mesmo a ala verde, sofre pela mesma situação que recebe crianças com diversos quadros, além dos problemas gripais.
A reportagem esteve na ala Vermelha Pediátrica em que quatro crianças com idade de até sete anos, bebês, e prematuros na incubadora que precisam dividir o mesmo espaço por conta da quantidade de pacientes internados.
“Esses dois pacientes da ponta com problemas respiratórios, o bebê também, o que está na incubadora é apenas prematuridade, todos os outros são problemas respiratórios”.
Apesar de estarem recebendo atendimento na ala vermelha, Willian disse que os pacientes deveriam estar no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Por se tratar de um local de passagem, o recomendado é que fiquem três pacientes aguardando a vaga para o devido setor na unidade.
Leitos de UTI lotados
- Pediátrica são 8 leitos (que recebem crianças acima de 28 dias);
- Congênitas (crianças com problemas cardíacos) são 6 leitos (sendo 3 leitos Sus e 3 privados;
- Neonatal são 13 leitos, todos cheios;
Ala Vermelha Adultos
Nesta ala a Santa Casa tem a capacidade de atender até seis pacientes intubados, o que o diretor técnico do hospital voltou a frisar que não é o recomendado, por se tratar de pacientes “de passagem”, ou seja, que devem seguir para determinados setores. Neste momento estão com os seguintes pacientes:
- Renais Crônicos;
- Politrauma;
- Pacientes que sofreram infartos, entre outros;
“Houve um aumento de acidentados poli trauma, e também tivemos um aumento das síndromes respiratórias, acometendo bastante idosos. Isso faz com que a média de pacientes aqui dentro fique muito grande”.
O tempo de internação tem aumentando, segundo o diretor da Santa Casa, o paciente que possui problemas respiratórios acabam evoluindo para caso de intubação, o que prolonga a internação.
Outro lado
A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou que a situação da assinatura do termo aditivo estão em tratativas, para viabilizar a abertura dos dez leitos. Com relação aos bercinhos em anos anteriores a pasta conseguiu emprestado do Hospital Geral El Kadri e até do Regional que neste momento não podem cedê-los.
Neste momento, a Sesau está verificando com outros hospitais na rede privada para tentar viabilizar os leitos, como também estão levantando uma rede privada para a contratação do mobiliário.