Segundo último boletim epidemiológico, 2024 teve 32 mortes pela doença, além de outras 17 em investigação e 16,2 mil casos confirmados
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul divulgou o último boletim epidemiológico de dengue do ano e, com isso, confirmou que 2024 teve menos mortes pela doença do que em comparação com o ano passado.
Segundo consta na atualização semanal, este ano registrou um total de 16.207 casos confirmados, além de 19.473 prováveis, uma taxa consideravelmente menor que em 2023, quando MS registrou 41.046 confirmados e 46.718 prováveis. Consequentemente, a incidência por 100 mil habitantes também ficou menor, 587,9 contra 1.489.
Agora sobre o dado que mais importa, as mortes, 2024 registrou 32 confirmadas e 17 em investigação, sendo a última confirmado no dia 09 de dezembro, em Japorã. Já 2023 “fechou” com 42 óbitos e apenas dois em investigação.
Dos 79 municípios sul-mato-grossenses, 18 registraram mortes pela doença este ano, com destaque maior para Ponta Porã (5) e Dourados (4). No ano passado, a cidade com maior registro de óbitos por dengue foi Três Lagoas (7), seguido por Campo Grande (6).
Comparando 2024 com 2021, por exemplo, o número de óbitos (14 à época) teve aumento percentual de 114% em quatro anos, com os números deste ano sendo ainda um salto de 25% diante das mortes de 2022, que encerrou com 24 mortos no correspondente período de 12 meses. Ou seja, no comparativo dos últimos quatro anos, 2024 só “perde” para ano passado nos piores números.
Sobre a vacinação, Mato Grosso do Sul recebeu 189.910 doses do imunizante neste ano, do qual aplicou 120.267 delas, cerca de 63,3%, no público previsto na bula (população de 10 a 14 anos). O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre as doses. Dentro disso, Novo Horizonte do Sul é o destaque, com 240 primeiras e 168 segundas doses aplicadas, de um total populacional de 10 a 14 anos de 317 pessoas.
Reforço recente
Na segunda semana deste mês, Mato Grosso do Sul adotou a estratégia dos “10 minutos de cuidado” neste Dia D Nacional de mobilização contra o mosquito transmissor dessa e de outras arboviroses.
Conforme o Governo do Estado, apesar de simples, a atividade de 10 minutos de fiscalização em casa – que é executada hoje nos 79 municípios de MS – é “essencial para eliminar possíveis criadouros do mosquito”.
Como bem destacou a Ministra da Saúde, Nísia Trindade – conforme apuração da Agência Brasil -, durante a Mobilização Contra a Dengue, no dia 14 de dezembro, em evento no Rio de Janeiro: “75% dos focos se encontram nas nossas casas ou no entorno delas”.
Ações regionais
Há cerca de um mês – às vésperas do Dia D Estadual em 18 de novembro, como acompanha o Correio do Estado -, Mato Grosso do Sul ainda batia 30 óbitos por dengue.
Então, a partir da data citada o Governo do Estado, através da Secretaria de Saúde intensificou uma série de ações já visando os meses que são característicos como mais chuvosos.
Entre as ações do plano do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul aparecem:
- Visitas domiciliares e mutirões: limpeza para eliminação de criadouros em áreas críticas;
- Bloqueio químico e monitoramento estratégico: uso de máquinas de UBV (Ultra Baixo Volume) para pulverização em áreas de maior infestação;
- Capacitação de agentes de saúde: treinamentos técnicos para manejo integrado de vetores e uso de ferramentas como o e-Visit@s Endemias;
- Campanhas informativas: distribuição de materiais educativos; blitzes e palestras;
- Criação de comitês municipais: formação de equipes para coordenação e monitoramento das ações;
- Engajamento comunitário: orientação direta à população, através de visitas domiciliares e mobilizações coletivas;
- Atualização do Plano de Contingência de MS: medidas específicas para municípios de fronteira e áreas indígenas;
- Revisão de equipamentos: manutenção e distribuição de máquinas de UBV e insumos para operações de campo;
- Apoio técnico municipal : assessoria técnica para gestores locais;
- Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegyptI (LIRAa): identificação de áreas críticas com índices de infestação predial superiores a 1% para ações direcionadas;
- Relatórios semanais: monitoramento constante da incidência de casos, etc.
Importante lembrar que, além da dengue, o mosquito Aedes aegypti é responsável também pela transmissão da Zika e Chikungunya, que costumam ter suas propagações aumentadas principalmente durante o período de festas de fim de ano.
*Colaborou Leo Ribeiro