Sete meses após matar o morador em situação de rua Antônio Marcos Vilela, de 48 anos, com golpes de barra de ferro na cabeça, Alex Junior Moreira Salazar, de 23 anos, em Campo Grande, quebrou o silêncio pela primeira vez. Aos jurados do Tribunal do Júri, que ocorre na manhã desta quinta-feira (27), Alex, que também está em situação de rua, disse que era ameaçado pela vítima.
Conforme o relato do réu, que responde por homicídio qualificado por motivo fútil, Antônio teria dito que iria esfaqueá-lo e jogar fogo nele. “Ele disse que não gostava de mim e que ia me matar. Também mostrou uma faca para mim”, afirmou.
No relato do réu, golpear a vítima com uma barra de ferro que ele retirou de um cano no meio-fio da Rua Joel Dibo, em frente ao Centro Pop da região central de Campo Grande, foi a única maneira de escapar da morte.
“Ele estava deitado e ficava falando que ia me matar. Eu vi quando ele mostrou a faca e começou a tirar o cobertor para levantar, foi então que eu peguei a barra de ferro. Pensei em correr, mas fiquei com medo de ele me atingir pelas costas”, declarou.
A então namorada do réu presenciou os fatos. Foi ela quem teria pedido para que Alex Junior parasse de golpear Antônio com o pedaço de cano. “Ela pediu e eu parei”
A suposta faca mencionada pelo réu nunca foi encontrada, apenas a barra de ferro. No relato dele, “tiraram de lá”.
Quebrou o silêncio
Essa é a primeira vez que Alex Junior apresenta sua versão sobre o crime, isso porque optou por ficar em silêncio em depoimento na delegacia e em juízo. Segundo relato dele, “ainda estava perturbado e processando os fatos”.
Aos guardas municipais que atenderam a ocorrência, no entanto, teria afirmado que matou Antônio porque a vítima zombava dele. Em júri popular, conta não se lembrar de ter contado isso e que as ameaças de morte que eram a ‘zombaria’ da vítima.
O réu afirmou por diversas vezes que faz uso de bebidas alcoólicas e drogas e que tem intenção de se tratar, “mas ainda não faço tratamento”.
O caso
O corpo de Antônio foi encontrado com ferimentos na cabeça, com massa encefálica exposta após os golpes de barra de ferro. A barra foi localizada ao lado do corpo que estava na calçada. O autor foi encontrado por agentes da Guarda Civil Metropolitana nas imediações.
Para os agentes, ele disse que estava sujo de sangue depois de brigar com sua companheira, mas em seguida confessou ter participado do crime. O autor falou que desferiu os golpes contra Antônio depois que a vítima passou a tirar sarro dele e de seus amigos.