Empresa de celulose assinou compromisso de que vai pagar R$ 7,8 milhões em compensações ambientais para implantar um ramal de 89 km entre Três Lagoas e Aparecida do Taboado
Nos planos desde 2010, a construção de um ramal ferroviário ligando a fábrica de celulose da Eldorado de Três Lagoas à Ferronorte, em Aparecida do Taboado, finalmente deve vai sair do papel. Publicação desta quinta-feira (18) no diário oficial do Estado aponta que a empresa conseguiu licencia prévia para a instalação e assumiu compromisso de pagar mais de R$ 7,8 milhões em compensações ambientais para o Governo do Estado.
Conforme a previsão inicial, o ramal terá 89 quilômetros e investimentos de R$ 890 milhões. Este valor, de R$ 10 milhões por quilômetro, porém, já está defasado, já que tem como base uma estimativa feita há pelo menos quatro anos. A chilena Arauco, por exemplo, estima gasto de R$ 17 milhões por quilômetro para construção de um ramal de 47 quilômetros em Inocência.
A compensação ambiental exigida pelo Imasul (Inistituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), no valor de R$ 7.823.100,00, é ocorre em todas as obras que provocam impactos significativos na região em que são instaladas.
Em 2021 a Eldorado conseguiu autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para construção do ramal ferroviário, mas só em abril deste ano obtve licença para desapropriação, mediante a devida indenização, das terras pelas quais a ferrovia iria passar. O início dos trabalhos, porém, dependem de licenças ambientais locais.
A pretensão da Eldorado é usar o ramal para despachar as cerca de 1,7 milhão de toneladas de celulose produzidas por ano até Aparecida do Taboado, por onde passa a linha troncal da Ferronorte. A partir dalí já existe a ferrovia até o porto de Santos.
Atualmente, esse transporte até Aparecida do Taboado é feito por caminhões. O volume de celulose, porém, pode dobrar, pois os irmãos Joesley e Wesley Batista, que controlam a Eldorado Celulose, prometem investir em torno de R$ 15 bilhões na fábrica para dobrar sua capacidade de produção.
Em julho do ano passado, quando da inauguração de um terminal portuário em Santos, Joesley Batiasta afirmou que “ter um terminal no Porto de Santos conectado com a fábrica era um sonho desde quando a gente iniciou o projeto da Eldorado, em 2010. Fomos construindo um maciço florestal, a fábrica e a parte logística. E agora fica faltando só uma linha ferroviária de 90 quilômetros, que deve iniciar as obras daqui um ano, e vai conectar 100% a fábrica ao porto”.
Porém, um ano se passou e, apesar da assinatura do termo de compromisso da Eldorado para pagar a indenização ambiental divulgada nesta quinta-feira, nem a assessoria da empresa nem a Semadesc informaram, se existe uma data para início dos trabalhos de construção da ferrovia.
Procuradas, via assessoria de imprensa, Eldorado e J&F não se manifestaram, porém, o espaço continua aberto para as duas empresas.
CONCORRÊNCIA
Além da Eldorado, a Suzano, que é proprietária de uma fábrica de celulose em Três Lagoas e tem capacidade para produzir 3,25 milhões de toneladas por ano, também pediu autorização da ANTT para construção de uma ferrovia até Aparecida do Taboado.
A agência, porém, já deixou claro que somente será concedida uma única autorização, o que obrigará as concorrentes a utilizarem o mesmo ramal ou obrigará uma delas a manter o transporte por rodovia.
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