Responsável por indicar dois dos três desembargadores afastados do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) em operação da PF (Polícia Federal) contra venda de sentenças, a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil em MS) informou que acompanha a operação. As decisões foram expedidas pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Foram afastados dos cargos: o presidente do TJ, Sérgio Fernandes Martins, os desembargadores Vladmir Abreu, Sideni Pimentel (eleito para comandar o TJ a partir de 2025), Alexandre Aguiar Bastos e Marcos José de Brito Rodrigues. Além deles, o conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de MS), Osmar Jeronymo, também foi afastado do cargo.
Dos cinco desembargadores investigados, dois foram indicados pela OAB para ocupar a vaga do Quinto Constitucional: o atual presidente, Sérgio Martins e Alexandre Bastos.
Ainda, a PF esteve em escritórios de advocacia. Um deles é o de Rodrigo Pimentel, localizado na Avenida Hiroshima, Carandá Bosque. Ele é filho do desembargador Sideni Pimentel.
Conforme a OAB-MS, processo interno será instaurado para apurar a atuação dos advogados: “A OABMS informa ainda que buscará acesso à integralidade do quanto investigado para, com rigor e respeito ao devido processo legal e a ampla defesa, apurar as responsabilidades em âmbito próprio”.
PF apreende documentos e cumpre 44 mandados
Estão sendo cumpridos 44 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça em Campo Grande, Brasília, São Paulo e Cuiabá/Mato Grosso.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamaxsão cerca 40 de equipes na operação, com investigação de parentes e assessores ligados aos investigados.
A ação teve o apoio da Receita Federal e é um desdobramento da operação ‘Mineração de Ouro’, deflagrada em 2021, na qual foram apreendidos materiais com indícios da prática dos referidos crimes.