Relacionamento era marcado por brigas e tentativas de separação, alega acusado de matar mãe e filha

O relacionamento de João Augusto Borges de Almeida, de 21 anos, com Vanessa Eugênia Medeiros, de 23 anos, era marcado por brigas constantes e tentativas frustradas de separação, conforme revelou o próprio autor durante interrogatório na DHPP (Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa) de Campo Grande.

Preso por assassinar Vanessa e a filha do casal, Sophie, de apenas 10 meses, João afirmou que não aceitava o fim da relação, motivado principalmente pelo desejo de ficar com a guarda da criança.

De acordo com o depoimento, o casal se conheceu por aplicativo de relacionamento e, após apenas dois meses de namoro, decidiram morar juntos. Vanessa não trabalhava, e ele sustentava a casa com o salário de estoquista, contou à polícia.

Ele também relata que as discussões começaram antes mesmo da gravidez. “A relação estava indo de mal a pior. Muita briga, muita discussão”, disse.

Segundo João, inicialmente ele desejava ter a filha, mas, com o tempo, passou a sentir “muito estresse em casa, tanto pelo trabalho quanto por pressão financeira e emocional”. Ele alegou que Vanessa o ameaçava emocionalmente, dizendo que faria a filha odiá-lo e que o acusaria de alienação parental.

Apesar de várias tentativas de término por parte de Vanessa, João insistia em manter o relacionamento. “Ela queria separar, mas eu queria tentar continuar. Tentei diversas vezes, mas ela não quis”, contou.

Já após o nascimento de Sophie, quando a bebê tinha dois meses, João disse que propôs ficar com a guarda da filha, justificando que era ele quem sustentava a casa. Vanessa, no entanto, não aceitou a proposta.

Ainda no depoimento, ao ser questionado sobre o motivo de não aceitar o fim do relacionamento, João afirmou que “queria cuidar da filha”. Minutos depois, ele se contradiz. “Eu matei ela (Sophie) na hora da raiva. Se não tivesse matado, teria colocado para adoção. (…) Depois de um tempo dela nascida, eu meio que peguei raiva dela também. Ela era um peso, um cansaço”, confessa.

O crime

O feminicídio duplo ocorreu na segunda-feira passada (26), dentro da casa da família, no bairro Jardim São Conrado, em Campo Grande. João matou Vanessa com um golpe conhecido como “mata-leão” e, em seguida, assassinou a bebê Sophie por enforcamento.

Após os crimes, ele saiu para trabalhar normalmente. À noite, incomodado com o mau cheiro vindo dos corpos, comprou gasolina, embrulhou mãe e filha em cobertores e as colocou no porta-malas de um Volkswagen Gol. Na madrugada, foi até uma área de mata no bairro Indubrasil, onde ateou fogo nos corpos.

Na manhã seguinte, terça-feira (27), João foi até a delegacia alegar que a esposa e a filha estavam desaparecidas. No entanto, câmeras de videomonitoramento registraram o veículo dele circulando próximo ao local onde os corpos foram encontrados pouco antes do crime ser descoberto.

A polícia já o considerava o principal suspeito e o prendeu ainda na delegacia. Ele confessou os assassinatos e alegou ter cometido o crime por conta de problemas no relacionamento e pela recusa em pagar pensão alimentícia após uma eventual separação.

João Augusto teve a prisão convertida em preventiva após audiência de custódia realizada na quinta-feira (29) e agora responde por duplo feminicídio qualificado e destruição de cadáveres.

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