Nesta quarta-feira, 32 contratos foram entregues no Jardim Talismã, mas apenas 11 unidades estão avançadas para receber moradores neste mês
Quase sete meses após o incêndio que destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela, as famílias que perderam os lares começaram a receber os contratos das casas construídas nos lotes disponibilizados pela prefeitura de Campo Grande. Ao todo, 187 famílias foram afetadas pelo incêndioocorrido em dezembro de 2023.
Nesta quarta-feira (5), foram entregues os contratos das habitações no Jardim Talismã. Ao todo, serão 32 unidades no local, mas apenas 11 estão “praticamente prontas” e serão entregues aos moradores até o fim deste mês, enquanto as demais ainda estão em outras fases e só serão entregues posteriormente.
“Aqui tem 11 unidades praticamente prontas, está terminando a parte só de acabamento, então elas já ficam prontas para serem entregues ainda esse mês e automaticamente a gente vem finalizando as outras unidades habitacionais e fazendo essa entrega também ao longo dos meses”, disse o diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha), Cláudio Marques.
As unidades já contam com padrão de água e luz e, assim que os moradores forem liberados para morar, já podem pedir as respectivas ligações.
Conforme Cláudio Marques, o prazo inicial para a entrega de todas casas é de 12 meses, mas o cronograma está adiantado.
“Em pouco mais de seis meses de início da construção aqui no Talismã, a gente já tem 11 unidades praticamente prontas. Então, cada unidade que for ficando pronta, a gente já vai disponibilizando para que a família possa entrar, para que ela já possa habitar e começar a construir o seu lar, comprar seus móveis e tudo mais”, disse.
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), ressaltou que o Jardim Talismã conta com escola, asfalto e unidade de saúde, mas que serão feitas iluminação do campo esportivo, construção de pista de caminhada e quadra de areia, que foram pedidos dos moradores, por haver muitas crianças e jovens entre as famílias.
Segundo ela, foi investido recurso próprio de R$ 2,8 milhões para as 32 unidades do Talismã.
Há ainda outros quatro lotes para onde as famílias do Mandela serão destinadas e as entregas dos contratos também começa ainda neste mês.
“A gente já começa amanhã a entregar os contratos e a orientação das famílias do José Tavares, depois na sexta o Iguatemi, e segue entregando os contratos e já dando a previsão da entrega das casas”, disse a prefeita.
Loteamentos
Conforme noticiou o Correio do Estado na épocaas famílias do Mandela serão realocadas em cinco regiões da cidade, sendo:
- José Tavares – 38 lotes
- Loteamento Iguatemi I – 38 lotes
- Loteamento Iguatemi II – 30 lotes
- Talismã – 32 lotes
- Óscar Salazar
A previsão é que todas as construções sejam concluídas até o fim deste ano.
Os moradores não podem reconstir as moradias no mesmo local onde é a Comunidade do Mandela por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental (APP).
As casas estão sendo construídas por empresa credenciada pelo Credihabita, com investimento de aproximadamente R$ 15 milhões em recursos próprios da prefeitura.
Cada família beneficiada pagará parcelas mensais de R$ 185, pelo prazo de 360 meses (30 anos). A seleção de quais famílias irão para quais áreas foi definida por sorteio.
Incêndio no Mandela
No dia 16 de novembro de 2023, um incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela, fazendo com que 187 famílias perdessem seus lares e itens básicos nas chamas.
Na época, foi divulgado que a suspeita era que o incêndio possa ter sido provocado por um curto-circuito ou por uma pessoa, que teria ateado fogo em um barraco e acabou se espalhando para os outros.
Famílias que aceitaram foram encaminhadas para abrigos, outras foram para casa de parentes. O Exército Brasileiro chegou a disponibilizar 14 tendas para acolhimento da população durante um período.
Como os moradores perderam tudo com o fogo, também houve uma grande corrente de solidariedade e muitas pessoas levaram doações até a comunidade.