O mercado brasileiro de boi gordo registrou negócios a preços mais baixos nesta semana, em linha com a boa disponibilidade de animais para o abate no decorrer de maio.
Conforme o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias, a expectativa ainda é de continuidade do movimento de queda no curto prazo, em meio ao bom posicionamento das escalas de abate pelos frigoríficos.
O mercado de boi se mostrou apreensivo ao longo da semana, acompanhando eventuais desdobramentos do foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) registrado em uma granja comercial no munícipio de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
Iglesias reforça que o protocolo sanitário tem sido seguido à risca, o que mantém o indicativo de um fluxo comercial restabelecido para a carne de frango no mercado internacional entre 28 e 60 dias.
Impactos na carne bovina
Análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra que a cotação da carcaça casada bovina recuou fortemente, em 3,7%, no atacado da Grande São Paulo desde o anúncio da gripe aviária.
“Os preços dos animais para abate e da carne vinham em baixa, mas as quedas a partir da sexta-feira (16) se intensificaram”, diz nota do órgão.
De acordo com pesquisadores do Centro, a desvalorização se dá, principalmente, devido às vendas fracas da proteína na segunda quinzena e também à pressão por parte dos frigoríficos na compra de novos lotes. “Isso sinaliza que o mercado pecuário está refletindo de forma intensa os impactos de eventual aumento da oferta interna de carne de frango.”
Variação de preço do boi na semana
A média de preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil tiveram as seguintes variações entre 16 e 22 de maio:
- São Paulo (Capital): R$ 300, baixa de 1,64% frente os R$ 305
- Goiás (Goiânia): R $ 290, IS 1,69% Peranta OS R $ 295
- Minas Gerais (Uberaba): R$ 290, recuo de 1,69% frente aos R$ 295
- Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 300, estável
- Mato Grosso (Cuiabá): R$ 300, inalterado
- Rondônia (Vilhena): R $ 265, é 1,85%
Mercado atacadista
Segundo Iglesias, o mercado atacadista apresentou queda em seus preços no decorrer da semana e o ambiente de negócios ainda sugere novos recuos no curto prazo, considerando o consumo mais discreto durante a segunda quinzena do mês.
Esse fator torna a reposição entre o atacado e o varejo mais lenta. “A preferência de boa parte da população por proteínas mais acessíveis é uma tendência incontestável em 2025”, ressalta.
O quarto do traseiro do boi foi cotado a R$ 23,90 o quilo, queda de 4,40% frente aos R$ 25,00 da semana passada. Já o quarto do dianteiro do boi foi vendido por R$ 19,00 o quilo, recuo de 5,00% frente aos R$ 20,00 registrados na semana anterior.
Exportações de carne bovina

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 629,279 milhões em maio (11 dias úteis), com média diária de US$ 57,207 milhões, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A quantidade total exportada pelo país chegou a 123,005 mil toneladas, com média diária de 11,182 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.115,90.
Em relação a maio de 2024, houve alta de 25,9% no valor médio diário da exportação, ganho de 10,8% na quantidade média diária exportada e avanço de 13,6% no preço médio.