Historicamente conhecida como ‘rodovia da morte’, a BR-163 corta o Mato Grosso do Sul e a área urbana de vários municípios. Há cerca de cinco meses, vários radares de controle de velocidade foram retirados de trechos importantes da rodovia, gerando preocupação e protestos de moradores.
Há meses, moradores protestam e chamam a atenção para a gravidade da falta de radares, até que na quarta-feira (7), uma jovem de 20 anos morreu atropelada por uma Trailblazer, na BR-163, em Bandeirantes. Ela tentava atravessar a rodovia quando foi atingida pelo veículo, que a arrastou por 30 metros.
Os radares foram retirados de pontos cruciais, como áreas urbanas de cidades como Campo Grande, Anhanduí, Jaraguari, Bandeirantes e outras. Em junho deste ano, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) disse que os radares pertenciam a um antigo contrato do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, que foi encerrado.
Além disso, disseram que os radares retirados não estavam adequados às normas atuais do Inmetro, o que também contribuiu para a remoção.
O intuito era instalar equipamentos modernos e adequados às normas vigentes, ao fim do processo. Porém, sem dar prazo para a reinstalação dos redutores de velocidade.
A ANTT não especifica quantos radares foram retirados da BR-163, mas relatório da pasta mostra que são 51 radares ao longo do trecho em Mato Grosso do Sul.
Repercussão negativa
Moradores de Jaraguari afirmam que a falta de radar coloca em risco a segurança de adultos, crianças e animais que residem ou trafegam ali. “Nossos filhos vão e voltam da escola de ônibus. Quando eles descem e vão atravessar a rua, é um perigo. Aqui virou uma pista de corrida. As carretas passam em alta velocidade, o que é um perigo para a população e visitantes da cidade”, conta um morador de Jaraguari.
Em Anhanduí, a reclamação era a mesma. Também em junho, moradores disseram que condutores de carros e caminhões já não respeitavam o limite de 40 km/h, oferecendo risco para quem precisa atravessar a rodovia.
A falta dos radares também foi assunto na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e no Senado Federal, nos meses seguintes.
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