Capital
Iniciativa da cineasta Geiciane Feitosa promove transformação no presídio feminino com apoio da Agepen
Por João Paulo Ferreira | 9 julho, 2024 – 10:14
O projeto “Conversas com Cinema” está proporcionando uma transformação significativa na vida das detentas do Estabelecimento Penal Feminino de Regime Semiaberto e Aberto de Campo Grande. Idealizada pela cineasta Geiciane Feitosa, a iniciativa exibe filmes e curtas-metragens brasileiros, promovendo acolhimento e reflexão. A ação conta com o apoio da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).
Inspirada durante seu estágio no projeto de extensão “O audiovisual na cidade: construindo o conhecimento a partir de imagens e sons” da UFMS, Geiciane desenvolveu o “Conversas com Cinema” como seu Trabalho de Conclusão de Curso. “Vi um potencial muito grande para as internas conhecerem como funciona o cinema”, explica Geiciane, que contou com a colaboração de Lukas do Nascimento e o incentivo da “Lei Paulo Gustavo” para concretizar a ideia.
O projeto foca na exibição de produções regionais e nacionais, promovendo discussões pós-sessão para reflexão e identificação com as vivências das detentas. “A gente se vê nessas histórias, reflete e muda pensamentos. São pessoas que não são vistas pela sociedade, e esse projeto é uma forma de mostrar que elas também precisam de acesso à cultura”, afirma Geiciane.
A diretora do presídio, Cleide dos Santos Nascimento, destaca a importância dessas iniciativas no ambiente prisional. “Elas tiram as internas do ócio e trazem novas possibilidades, fazendo com que enxerguem o mundo lá fora com novos olhos”, comenta. As participantes ganham um dia a menos de pena a cada 12 horas de atividades, como as sessões de cinema.
Uma das beneficiadas pelo projeto, R.S.D., de 56 anos, encontrou força para cumprir sua pena através das iniciativas oferecidas. “Esse projeto do cinema traz um incentivo pra gente. Quando participamos, percebemos que somos importantes para a sociedade também”, afirma.
Além do cinema, a unidade penal oferece outros projetos para incentivar a educação, como a remição de pena por leitura, palestras, atividades com psicólogos e rodas de conversa. Atualmente, cerca de 100 mulheres cumprem pena no regime semiaberto em Campo Grande, e 90% delas exercem atividades laborais remuneradas.
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