Desigualdade no preço do leite e aumento dos custos de produção pressionam a atividade leiteira no estado
A produção de leite em Mato Grosso do Sul enfrenta um cenário desafiador, marcado por preços baixos pagos aos produtores e pelo aumento dos custos de produção. Um levantamento recente realizado pelo Senar revelou que a média do preço do leite recebido pelos produtores sul-mato-grossenses está abaixo da média nacional, impactando diretamente a renda e a sustentabilidade das propriedades rurais.
Um estudo detalhado sobre 1.270 produtores de leite atendidos pela ATeG Bovinocultura de Leite em MS revelou que 59% comercializam o leite para indústrias, enquanto 41% produzem derivados lácteos. No entanto, a média do preço do leite recebido por esses produtores foi de R$ 2,38 por litro, bem abaixo da média nacional, que ficou em R$ 2,80.
Essa diferença no preço tem gerado insatisfação entre os produtores, que veem seus custos de produção aumentando, principalmente devido à valorização do milho, principal componente da ração. Apesar da quantidade de leite necessária para adquirir uma saca de milho ter diminuído nos últimos meses, o aumento no preço do cereal continua pressionando as margens de lucro.
A situação é ainda mais complexa quando se observa a cesta de produtos lácteos em Mato Grosso do Sul. Segundo a Semadesc e a Sefaz-MS, o índice de preços para a cesta de lácteos teve uma variação de 2,78% no mês de outubro, indicando um aumento no preço final ao consumidor. No entanto, essa alta não se reflete no preço pago ao produtor.