Primeira Turma do STF torna réus denunciados do núcleo 4 de trama golpista

Os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornaram réus, na tarde desta terça-feira (6), sete acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrar o núcleo 4 da suposta trama golpista que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. 

A decisão foi unânime. Tornaram-se réus, nesta terça, os militares Ailton Gonçalves; Ângelo Martins Denicoli; Carlos Giancarlo Gomes Rodrigues; Guilherme Marques de Almeida; e Reginaldo Vieira de Abreu; o agente da PF Marcelo Araújo Bormevet; e Cesar Moretzsohn Rocha, engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal. 

Nessa segunda fase, os magistrados analisaram o mérito, ou seja, se aceitavam ou não a denúncia da PGR para tornar réus os sete acusados. O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou pelo recebimento integral da denúncia e foi acompanhado por todos os colegas de turma: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. 

Segundo a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, os investigados fazem parte de um grupo suspeito de disseminar notícias falsas sobre o processo eleitoral.
Em seu voto, indicando que aceitaria a denúncia, Moraes disse: “Sabemos todos que houve a montagem do chamado gabinete do ódio — núcleo de notícias fraudulentas; núcleo de financiamento de notícias fraudulentas; núcleo de produção, político, e de difusão de notícias fraudulentas”.

Para o relator, os acusados “fizeram parte de uma estrutura que incentivava parcela da população contra a Justiça Eleitoral, contra o STF”. Ainda segundo ele, “não se trata aqui de: ‘Ah, uma pessoa repassou uma notícia para a outra’”.

Demais votos

Após Moraes votar por tornar réus todos os denunciados, seus colegas de Primeira Turma começaram a votar. O primeiro foi o ministro Flávio Dino. “Fake news pode conduzir a desastres”, avaliou Dino. “Fake news pode conduzir a desastres”, seguiu ele, dizendo que uma notícia falsa pode “matar moralmente”. Dino acompanhou integralmente o voto de Moraes.

Em seguida, o ministro Luiz Fux acompanhou o voto do relator, formando maioria na Primeira Turma por tornar réus todos os denunciados

”O que nós vimos foi a busca de uma destruição de toda simbologia que sustenta o processo democrático de uma sociedade que acabava de passar por uma eleição”, criticou a quarta a votar, ministra Cármen Lúcia, também indicando a aceitação da denúncia. Fechando, em voto curto, Zanin acompanhou na íntegra o relator.

Como foi a manhã

Após a pausa para o almoço, os ministros prosseguem agora com a votação individual sobre o recebimento da denúncia, uma vez que as preliminares já foram rejeitadas pela Corte — com grande possibilidade de a análise ser encerrada ainda nesta terça.

Mais cedo, as defesas dos sete denunciados tiveram até 15 minutos cada para apresentar seus argumentos. A própria PGR também se manifestou, representada pela subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, que pediu o recebimento integral da denúncia e a consequente abertura de ação penal contra todos os acusados. 

Veja quem faz parte do núcleo 4:

•    Ailton Gonçalves Moraes Barros – major da reserva do Exército;
•    Ângelo Martins Denicoli – major da reserva do Exército;
•    Carlos Cesar Moretzsohn Rocha – engenheiro e presidente do Instituto Voto Legal;
•    Giancarlo Gomes Rodrigues – subtenente do Exército;
•    Guilherme Marques de Almeida – tenente-coronel do Exército;
•    Reginaldo Vieira de Abreu – coronel do Exército; e
•    Marcelo Araújo Bormevet – agente da Polícia Federal.
•    Como foi o julgamento
• 

A dinâmica para o julgamento é a mesma dos anteriores: o ministro Zanin, presidente do colegiado, abriu o julgamento. Em seguida, Alexandre de Moraes, relator do caso, leu o relatório. Em seguida, falou o representante da PGR. Como Paulo Gonet está em um evento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Madri, a subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, representou o titular.

•    Se a Turma aceitar a denúncia da PGR, os acusados viram réus e passam a responder a uma ação penal no STF. Em 18 de fevereiro, eles foram denunciados pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

 

✅ Selecione qualquer plataforma abaixo para acessar nossas redes sociais.:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, e Threads.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img

Deve ler

spot_img