“A descoberta do meu diagnóstico não foi por exames de rotina, foi no autoexame. Identifiquei um caroço, um nódulo nos seios. Procurei o hospital para fazer uma mamografia; receber o diagnóstico de câncer é muito assustador, é como um buraco no chão que se abre.”
O relato da professora de educação infantil Amanda Horta Marques talvez resuma a sensação mais comum entre as mulheres diagnosticadas com câncer de mama, a doença que mais mata mulheres no Brasil: o medo.
No Outubro Rosa, mês de conscientização, o lembrete crucial sobre o diagnóstico precoce alerta para a importância da prevenção, como o autoexame e exames de rotina.
O diagnóstico
Aos 41 anos, Amanda já finalizou a quimioterapia e segue para novas etapas do tratamento. Há exatamente um ano, os procedimentos abriam uma nova fase de vida, inimaginável.
“Os exames começaram bem no início de outubro do ano passado, no mês do Outubro Rosa, e o diagnóstico veio em janeiro deste ano. O pós-diagnóstico foi muito doloroso. Passei por várias fases, mas no início chorei bastante, entrei em negação, tristeza e revolta. Não sabia o que viria pela frente. Depois de um tempo, com muito apoio psicológico e emocional, que é essencialmente importante, entendi que não tinha opção; teria que encarar os processos e viver, deixando que as pessoas que me amam ao meu redor também vivessem.”
Amanda ainda passou por uma cirurgia no estágio inicial da doença. Agora, deve seguir para radioterapia e imunoterapia. A previsão do tratamento é de dois a cinco anos. Portanto, ela precisou se afastar do trabalho para se tratar.
“Quando você recebe um diagnóstico como esse, se depara com muitas situações. Amigos que estavam longe se aproximaram, outros que estavam sempre por perto se afastaram. Costumo dizer que os verdadeiros permanecem. Então, o que posso dizer é que os essenciais ficaram. Tenho uma família incrível, que me acolheu com muito amor; meus pais são maravilhosos, meus filhos… Ter essa rede de apoio, família e amigos que nos amam por perto é fortalecedor.”
Autoexame pode salvar vidas
Karine Godoy realiza seus exames com frequência, até durante o período da pandemia. Nesse tempo, percebeu algo de errado. “Falei com meu ginecologista e ele me pediu para realizar exames, entre eles, a mamografia. Me pediram que eu fizesse uma biópsia; fiquei desesperada porque, na minha família, a maioria teve câncer de mama.”
Enquanto o medo assolava após o resultado positivo, Karine encarava a confiança e esperança no tratamento público. “Estava com muita fé de que tudo ficaria bem. Faz um ano e cinco meses que terminei o tratamento. Faço acompanhamento no Hospital Alfredo Abrão e realizo meus exames a cada três meses. Terei acompanhamento por 10 anos. Tomo tamoxifeno (bloqueio hormonal) diariamente. Continuo com a minha vida normalmente, feliz da vida.”
Tratamento
Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer), os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor. Não há uma causa única para o câncer de mama. Diversos fatores estão relacionados ao desenvolvimento da doença entre as mulheres, como: envelhecimento, determinantes relacionados à vida reprodutiva da mulher, histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação ionizante.
- Obesidade e sobrepeso, após a menopausa.
- Atividade física insuficiente (menos de 150 minutos de atividade física moderada por semana).
- Consumo de bebida alcoólica.
- Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X, tomografia computadorizada, mamografia etc.).
- História de tratamento prévio com radioterapia no tórax.
- Primeira menstruação (menarca) antes de 12 anos.
- Não ter filhos.
- Primeira gravidez após os 30 anos.
- Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos.
- Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona).
- Ter feito terapia de reposição hormonal (estrogênio-progesterona), principalmente por mais de cinco anos.
- Histórico familiar de câncer de ovário; de câncer de mama em mulheres, principalmente antes dos 50 anos; e caso de câncer de mama em homem.
- Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.
Detecção precoce
- Qualquer nódulo mamário em mulheres com mais de 50 anos.
- Nódulo mamário em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual.
- Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer idade.
- Secreção papilar sanguinolenta unilateral.
- Lesão eczematosa da pele que não responde a tratamentos tópicos.
- Homens com mais de 50 anos com tumoração palpável unilateral.
- Presença de linfadenopatia axilar.
- Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja.
- Retração na pele da mama.
- Mudança no formato do mamilo.
A orientação é que a mulher e o homem observem e palpem suas mamas sempre que se sentir confortável, por exemplo, no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano. Não há necessidade de aprender uma técnica de autoexame ou de seguir uma periodicidade regular e fixa, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias suspeitas.
O INCA destaca que é necessário que a mulher seja estimulada a procurar esclarecimento médico, em qualquer idade, sempre que perceber alguma alteração suspeita em suas mamas. “O sistema de saúde precisa adequar-se para acolher, informar e realizar os exames diagnósticos em tempo oportuno. Prioridade na marcação de exames deve ser dada às mulheres sintomáticas, que já apresentam lesão palpável na mama ou outro sinal de alerta”.
Cronograma especial
O Instituto de Prevenção do Hospital de Amor de Campo Grande, também referência em atendimento, terá programação durante todo o mês de outubro em alusão a campanha nacional. A unidade terá exposição de quadro o mês de Outubro inteiro com o Tema: Mulher Pantaneira.
1° (terça-feira)
7h30 Abertura Oficial com a apresentação Banda do Exército
8h Exames de mulheres Cotolengo
3 de outubro (Quinta-feira)
8h Apresentação do Coral BPW
8h às 16h Sala da Beleza Fabiana MaryKay
5 de outubro (Sábado)
10h às 16h Motohabilidades
Obs: Evento aberto ao público
7 de outubro (Segunda-feira)
08h às 15h Sala da Beleza Studio Laura Melo com Corte de Cabelo, Design de Sobrancelha
08h às 11h Sala da Beleza Illya Maquiadora
8 de outubro (Terça-feira)
7h30 Oração com Pastor Daniel
9 de outubro (Quarta-feira)
08h às 15h Sala da Beleza Manu Mary Kay
14 de outubro (Segunda-feira)
08h às 15h Sala da Beleza Studio da Reh com Design de Sobrancelha
08h às 15h Sala da Beleza Cecília + 2 Voluntárias com Corte de Cabelo, Escova, Penteado
08h às 11h Sala da Beleza Illya Maquiadora
15 de outubro (Terça-feira)
7h30 Oração com Pastor Daniel
16 de outubro (Quarta-feira)
8h Apresentação com Lisa Dança do Ventre
18 de outubro (Sexta-feira)
8h Exames Mulheres Rh Producel com Palestra e Depoimento no Auditório
8h Exposição Do Terra oleos aromatizadores
21 de outubro (Segunda-feira)
08h às 15h Sala da Beleza Studio da Reh com Design de Sobrancelha
08h às 11h Sala da Beleza Illya Maquiadora
22 de outubro (Terça-feira)
7h30 Oração Pastor Daniel
23 de outubro (Quarta-feira)
8h Apresentação do Coral Infantil Escola Alceu Viana
10h Apresentação de Desfile Coutry com as mulheres diagnosticadas com câncer
28 de outubro (Segunda-feira)
08h às 15h Sala da Beleza Jocinalva com escolva e hidratação de cabelo
08h às 11h Sala da Beleza Illya Maquiadora
29 de outubro (Terça-feira)
7h30 Oração Pastor Daniel
30 de outubro (Quarta-feira)
8h Apresentação Coral BPW
31 de outubro (Quinta-feira)
8h Encerramento Oficial com a Banda da Guarda Metropolitana Municipal
Hospital do Câncer Alfredo Abrão
Com lançamento da campanha no dia 1°, estimulando o diagnóstico precoce em prevenção a esta neoplasia, o HCAA multiplicará o acesso ao principal exame de rastreamento: a mamografia. Com apoio do Sesc Mulher e das Secretarias de Saúde do Município e do Estado, serão ofertados no HCAA os exames, entre os dias 2 e 31 do mês de outubro, exceto feriados. Serão distribuídas 60 senhas por dia, para mulheres entre 40 a 65 anos, de segunda a sexta-feira.
As mulheres interessadas poderão vir a partir do dia 2 de outubro (quarta-feira) diretamente ao Hospital de Câncer de Campo Grande-MS Alfredo Abrão, na Rua Marechal Rondon, 1053, a partir das 6h, pegar uma senha e fazer no mesmo dia o exame. No local, está o mamógrafo na sala Sesc Mulher, que se uniu ao HCAA e à Rede Feminina de Combate ao Câncer de CG-MS na missão solidária de multiplicar a prevenção.
Os exames serão feitos gratuitamente da seguinte forma:
- 60 Mamografias por dia para mulheres na faixa dos 40 aos 65 anos.
- Serão distribuídas 60 senhas, por ordem de chegada, a partir das 6h.
Não é necessário preparo, mas a paciente deve levar os documentos pessoais, como o RG, CPF e Cartão SUS.