O jovem, de 20 anos, preso por sequestrar e torturar duas funcionárias e uma idosa, de 65 anos, com ‘roleta-russa’ durante o roubo em uma casa no bairro Santa Fé, em Campo Grande, usou o celular da colaboradora para trocar mensagens com a mãe. O crime aconteceu no dia 13 deste mês e o jovem, junto com um comparsa, de 25 anos, foram presos dias depois pela Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos).
As funcionárias – sendo uma delas grávida de sete meses – lavavam a calçada, quando a dupla chegou, invadiu a residência e rendeu as duas, usando uma arma de fogo. A idosa também estava no local. Eles fugiram levando o carro da idosa, dólares, joias avaliadas em R$ 100 mil e aparelhos celulares.
Conforme o registro policial, uma das funcionárias relatou aos policiais que instalou um chip com o mesmo número do que constava em seu celular roubado. No aparelho, ela conseguiu resgatar uma mensagem onde o jovem conversava no aplicativo WhatsApp com uma pessoa cujo DDD era de Rondônia.
Em seguida, a polícia começou a investigar o fato e encontrou a pessoa nas redes sociais que tinha um filho com mesmo nome do autor, com passagem por tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul.
Dias depois, iniciaram-se as diligências e a polícia identificou os criminosos. Um dos jovens foi preso tentando fugir para Cuiabá, no Mato Grosso.
Já o rapaz, de 20 anos, que tem passagem por tráfico de drogas, confessou o crime e disse que tinha uma dívida de entorpecentes com o comparsa.
Roubo e tortura
Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que os jovens chegam à residência. Os bandidos passaram a agir com extrema violência, agredindo fisicamente as vítimas, inclusive a grávida.
Os criminosos, em certo momento, usaram o método de tortura conhecido como ‘roleta-russa’, com a arma apontada para a cabeça da idosa, com o intuito de conseguir informação sobre a existência de um cofre na casa. O método de tortura, consiste em colocar um único projétil em um revólver, girar o tambor e apontar a arma para outra pessoa, puxando o gatilho.
Eles fugiram depois levando o carro da idosa, dólares, joias avaliadas em R$ 100 mil e aparelhos celulares.
Prisão da dupla
Ao saber do caso, equipes da Derf passaram a investigar e fazer diligências quando identificaram a dupla e um foi preso tentando fugir para Cuiabá. O comparsa, de 25 anos, que tem condenação por homicídio, homicídio tentado e tráfico de drogas, se encontrava no regime semiaberto e teria sido o mentor do crime. A arma usada no roubo, inclusive era de propriedade dele.
O mentor, segundo a polícia, trabalhava mediante convênio com o sistema penitenciário, em uma empresa localizada em um bairro nobre, e no horário do almoço e em intervalos para o descanso saía para monitorar imóveis residenciais a serem roubados.
Ele foi preso na sexta-feira no seu local de trabalho. Com ele, havia em seu bolso considerável quantia de dinheiro, proveniente da venda das joias, além de um celular pertencente a uma das vítimas. Apreenderam ainda a camiseta utilizada no dia do crime.
Segundo o apurado pela Derf, o revólver utilizado no crime, calibre 357, foi vendido para que depois o mentor, adquirisse uma pistola calibre 9mm, com a qual daria continuidade aos roubos, especificamente em outro imóvel localizado no mesmo bairro.
Eles foram presos em flagrante por roubo qualificado pelo emprego de arma de fogo e concurso de agentes e, também, por tortura qualificada em razão de ter sido praticada contra idoso.
No último sábado (21), durante audiência de custódia, a dupla teve a prisão mantida. As investigações continuam com o intuito de recuperar as joias roubadas e apreender a arma de fogo utilizada no crime.