Preso há uma semana na operação “Cartão Vermelho”, Francisco Cezário de Oliveira, que se afastou ontem da presidência da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), vai ser interrogado hoje (28) por promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). O interrogatório será na tarde desta terça-feira (28), na sede do Gaeco, em Campo Grande.
Cezário é conhecido pela longevidade no comando da federação, sendo há quase 28 anos o “dono da bola” no futebol de MS. Ele está no sétimo mandato e ficaria no cargo até 2027. A última eleição aconteceu em 2022.
A reportagem apurou que também será ouvido hoje Rudson Bogarim Barbosa, gerente de Tecnologia de Informação (TI) da entidade. Ao todo, a operação prendeu sete pessoas.
A Operação do Gaeco apura desvio de R$ 6 milhões na FFMS, que recebe recursos do governo estadual e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
De acordo com o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), a ofensiva desbaratou organização criminosa voltada à prática de peculato e delitos correlatos na federação que comanda o futebol no Estado. Foram 20 meses de investigação.
“Uma das formas de desvio era a realização de frequentes saques em espécie de contas bancárias da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul – FFMS, em valores não superiores a R$ 5.000,00 (cinco mil reais), para não alertarem os órgãos de controle, que depois eram divididos entre os integrantes do esquema”, informa a nota da promotoria.
Nessa modalidade, verificou-se que os integrantes da organização criminosa realizaram mais de 1.200 saques, que ultrapassaram o total de R$ 3 milhões.
A organização criminosa também contava com esquema de desvio de diárias dos hotéis pagos pelo Estado de MS em jogos do Campeonato Estadual de Futebol. O esquema de peculato tinha “cashback”, numa devolução criminosa de valores.
A lista de presos tem Aparecido Alves Pereira, Francisco Cezário de Oliveira, Francisco Carlos Pereira, Marcelo Mitsuo Elzoe Pereira, Umberto Alves Pereira, Valdir Alves Pereira e Rudson Bogarim Barbosa.
Contraditório – A defesa de Rudson pede a substituição da prisão preventiva (por tempo indeterminado) por medidas cautelares, como o monitoramento por tornozeleira eletrônica do cliente. O pedido foi feito pelos advogados Pablo Buarque Gusmão e Renato Cavalcante Franco na semana passada.
“Nem tudo aquilo que é asseverado pelo órgão acusador, caracteriza verdade irrefutável, tratando-se de opinião unilateral de quem conduz procedimento investigatório e que padece da necessária submissão ao contraditório, um dos pilares norteadores do sistema processual penal”, informou em nota enviada à imprensa.
A defesa de Francisco Cezário de Oliveira também tem pontuado que a investigação é unilateral e que será submetida ao contraditório.
Fonte: CGNews