Um dos integrantes da quadrilha que furtava caminhonetes na cidade de Dourados, distante a 225 quilômetros de Campo Grande, foi transferido para a cidade sul-mato-grossense. O suspeito, de 29 anos, foi preso em um ônibus de viagem em Campo Verde, no Mato Grosso, enquanto voltava para casa.
A transferência do preso foi solicitada no último dia 25 e cumprida. O suspeito foi trazido para o território sul-mato-grossense em um avião do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). A ação também contou com apoio do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros).
Atualmente, o suspeito segue preso em uma das celas da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) de Dourados. Além dele, mais dois suspeitos, de 26 e 37 anos, foram presos na BR-163 em Coxim, enquanto voltavam para o Mato Grosso.
Irmãos
Um dos suspeitos presos em Coxim é irmão do que foi preso em Campo Verde, no Mato Grosso. Em depoimento, contou que foi convidado pelo comparsa – também detido em Coxim – para ir a Dourados visitar uma tia.
Contudo, quando chegaram, o comparsa revelou que estava na cidade para furtar algumas caminhonetes, que seriam levadas para o Paraguai e o convidou para participar do crime.
O suspeito afirma que apenas aceitou porque o irmão dele também participaria do crime. Ele disse, ainda, que haviam quatro pessoas para serem motoristas, sendo três homens e uma mulher, mas que não as conhece.
Faccionados
Após a identificação de um dos integrantes, um adolescente de 17 anos, a equipe policial também identificou um carro que estaria apoiando o grupo. Depois dessa etapa e com o apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal), os agentes conseguiram identificar mais dois suspeitos envolvidos.
Estes dois não participavam do furto, a responsabilidade deles era apenas em levar a caminhonete para Ponta Porã, a 315 quilômetros da Capital. Com o negócio, cada caminhonete valia o equivalente a R$ 700 mil ao crime.
Pertencentes da facção criminosa CV (Comando Vermelho), os bandidos utilizavam uma chave de fenda para abrir o veículo. Dentro do carro, outro bandido utilizava um chip eletrônico e uma espécie de notebook para fazer o carro ligar.
Após este procedimento, que demorava menos de um minuto, o grupo conseguia ir embora com o veículo sem ativar o alarme e sem deixar rastros. O “notebook” utilizado pelo grupo era capaz de ler e codificar chaves de automóveis, o que responde à dúvida sobre a neutralização dos alarmes.
Após o arrastão, os suspeitos levavam entre três a quatro veículos para o Paraguai e retornava com apenas uma, lotada de drogas. Além dos arrastões, o grupo foi responsável por furtos na Expoagro (Exposição Agropecuária de Dourados) e em feira no município de Maracaju, a 160 quilômetros de Campo Grande.