Um preso na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira 2, de vulgo ‘Cabeça’, expôs à Polícia Civil um suposto plano do CV (Comando Vermelho) de atacar policiais penais do local. O detento revelou o crime após romper com a facção em questão, que estaria sendo “prejudicada” pelos agentes da penitenciária.
Conforme o boletim de ocorrência, o detento explicou que dividia cela com três integrantes da chefia do CV de Mato Grosso do Sul. Aos policiais, afirmou ter informações importantes a repassar sobre o funcionamento da organização e possíveis atentados contra agentes penais.
Segundo relato dele, os faccionados planejam ataque a um plantão específico, mas todos podem ser alvos. Isso porque os plantonistas estariam prejudicando as ações da organização criminosa no Estado, com gerais constantes, apreensões de bilhetes da facção, bebidas artesanais conhecidas como “chocas”, dentre outros.
As ações dos agentes penais estariam, ainda, levando os integrantes da facção a múltiplas faltas disciplinares e recolhimento para celas disciplinares.
O detento “Cabeça”, inclusive, nomeou dois agentes penais que seriam os alvos do atentado. A facção já estaria em poder de três fuzis, diversas pistolas 9 milímetros, revólveres calibre .38 milímetros e equipamentos para operar um stinger de longo alcance, e aguarda criminosos mais experientes e treinados do Rio de Janeiro para realizarem os ataques.
“Cabeça” expôs, ainda, que a penitenciária estaria “fora de controle”, e que todas as informações e solicitações dos faccionados são repassadas para advogado apelidado como “Cabeça Branca”, responsável por levar e trazer as informações sobre o tráfico de drogas, pagamentos da facção, contato com outros estados e por manter uma casa de apoio próximo ao condomínio de luxo, que tem a função de abrigar os integrantes da facção que vem pra cá executar as missão.
Tomar providências
O presidente do Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul), André Santiago afirmou ao Jornal Midiamax que irá nesta segunda-feira (17) tomar previdências e tentar, junto a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), medidas para proteger os policiais penais.
Santiago afirmou, também, que questionou o diretor da Gameleira 2 sobre o possível atentado, contudo, o responsável negou saber do caso e disse que “tudo está mais tranquilo na G2”.
O caso foi registrado como ameaça da 5ª DP (Delegacia de Polícia) de Campo Grande e segue em investigação.