Delação premiada do ex-servidor público, Thiago Basso da Silva, trouxe à tona detalhes de esquema de corrupção na prefeitura de Sidrolândia. O depoimento foi dado a promotores do MPE-MS e cita que o poder público gastou até com babá de filho de Claudinho Serra.
O depoente foi alvo da Operação Tromper, do Gaeco e acabou preso, em Campo Grande. Ele resolveu contar tudo o que sabia, apesar de ameaças de morte na cadeia.
Em um trecho da delação, a qual o TopMídiaNews teve acesso, Basso conta que um empresário chamado Evertom Lucero, conhecido como ‘’Pirulito’’, abriu uma oficina mecânica junto com o primo, Ueverton Macedo, conhecido como ‘’Frescura’’.
Ainda segundo o ex-servidor, em uma ocasião, a babá do filho do secretário de Fazenda, Claudinho Serra, precisou consertar o ar condicionado do carro dela. Sendo assim, o veículo foi levado para a oficina.
O delator detalha que o dono da oficina recebia o valor real e honesto pelo serviço das mãos e outro investigado, o empresário Ricardo Rocamora. Este, por sua vez, acionava Thiago na secretaria de Fazenda para emitir uma nota de serviço.
”Esse do carro da babá eu lembro bem. Se o conserto fosse dois mil, o Lucero recebia os dois e o Ricardo cobrava os quatro mil da prefeitura”, contou o réu.
Operação
A Operação Tromper, deflagrada na manhã de quarta-feira (3), investiga fraudes em contratos que somam cerca de R$ 15 milhões entre empresas e a prefeitura de Sidrolândia. Na terceira fase da investigação, foram cumpridos oito mandados de prisão e 28 de busca e apreensão.
A ação é realizada pelo Ministério Público, por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia, do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
Segundo o Ministério Público, o Gecoc ratificou “a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais”.
Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica.
A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar, além da assessoria militar do Ministério Público. “Tromper”, verbo que dá nome à operação, traduz-se da língua francesa como ‘enganar’.