Dados do estado de MS revelam queda de casos de dengue nos últimos 7 dias, mas orienta que o alerta permanece devido a incidência epidêmica.
Mato Grosso do Sul e mais 13 estados brasileiros apresentaram queda de casos de dengue nos últimos 7 dias. De acordo com relatório do Ministério da Saúde, apesar da diminuição de casos da doença, o estado precisa continuar em alerta por apresentar uma incidência acima de 300 casos por 100 mil habitantes, considerada epidêmica pela OMS (Organização Mundial da Saúde). O anúncio aconteceu na tarde de hoje (14).
De acordo com o relatório do Ministério da Saúde, os estados que apresentaram queda são: Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo
“Observamos uma diminuição das notificações, da velocidade com que esses casos estão entrando, então não temos aquela mudança tão grande como vimos em semanas anteriores”, diz Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente.
Nos casos de Maranhão e Mato Grosso, são os únicos estados que apresentaram estabilidade, não queda, em relação à última semana.
“Houve uma mudança significativa do ponto de vista de tendência de queda, estabilidade e aumento. Não temos, neste momento, nenhum estado que esteja com aumento de casos de dengue”, diz Maciel.
A pasta ainda informou que, no total, quatro decretos de emergência por dengue já foram revogados: no estado do Acre e nos municípios de Bariri, Boraceia, em São Paulo, e no Rio de Janeiro capital. “Nós estamos num outro momento dessa epidemia no Brasil”, afirma Maciel.
Desde o início do aumento de casos neste ano, dez decretos estaduais foram publicados e 632 municipais. O Ministério da Saúde informou ainda que, mesmo diante da tendência de queda, continuaram com o repasse mensal destinado ao controle da epidemia.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 4.797.362 casos prováveis e 2.576 óbitos confirmados e 2.628 em investigação pela doença desde o início do ano. Os estados com mais incidência são Distrito Federal, Minas Gerais e Paraná, respectivamente, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses.
“Já passamos pelo pico dos óbitos”, afirma Macial. A letalidade da dengue, relação entre os que adoecem e morrem, segue igual a da semana interior, em 0,05.
Os novos casos graves e óbitos permanecem na população adulto jovem de 20 a 49 anos, segundo a pasta. No total, o Ministério da Saúde apontou 53.660 casos graves contabilizados neste ano.
Em casos de dengue grave, são comuns sintomas como náuseas, vômitos, sangramentos em mucosas, dor abdominal e tontura logo após uma melhora da dengue clássica com desaparecimento da febre.
Dores de cabeça, nas articulações, atrás dos olhos, febre, inflamações dos gânglios linfáticos e erupções avermelhadas na pele são alguns dos sintomas da chamada dengue clássica, quando o quadro costuma ser mais leve.
Algumas pessoas podem desenvolver ainda uma infecção assintomática.
No comunicado, a pasta ainda informou que foram aplicadas 980.013 doses da vacina contra a dengue e 2.667.476 foram enviadas aos estados e ao Distrito Federal.
Segundo a secretária, planos específicos, como o envio de doses excedentes da vacina destinadas ao Rio Grande do Sul, mas ainda sem números oficiais, estão sendo pensados para o estado que enfrenta inundações em 450 de seus 497 municípios.
“Certamente o Rio Grande do Sul é uma área que acompanhamos de forma diferenciada”, afirma Maciel.
Maciel alertou ainda para os casos de chikungunya no Brasil. Neste ano, foram registrados 182.873 casos prováveis, 102 óbitos confirmados e 106 estão em investigação. “Além de sequelas importantes, também tem uma letalidade de 0,07 que, neste momento, é maior que a dengue”, explica.