O Mercadão Municipal de Campo Grande é referência da cidade quando se fala de feira. Além de produtos tradicionais, como erva de tereré ou pastel de jacaré, oferece produtos diferentões. Desde o “viagrão” ao raro ovo de pata estão nas prateleiras do ponto turístico.
Um dos boxes de destaque é o da empresária Jessica Vieira Santos, que assumiu o lugar do pai. No entanto, a casa de embalagem não vende apenas plástico, mas também tripas bovina, suína e artificial. A barraca varia de metro e valor, de R$ 15 a R$ 95 e de cinco a 60 metros. As embalagens destacam a fibra seca ou quase hidratada.
Jessica conta que a suína é mais utilizada para a tradicional linguiça de Maracaju, enquanto a bovina e artificial são mais grossas, usadas para produção de salame. Assim, o público fiel já conhece e prefere ir até o mercado em vez de açougues. “Às vezes, a pessoa nem imagina que a gente tem. É muito procurado”, descreve.
No alto da banca uma cabeça de boi entalhada e realista destaca o rústico típico do Estado. A funcionária da unidade, Andressa Lopes, conta que cada cabeça de boi é vendia a partir de R$ 1,8 mil. A banca está no Mercadão há décadas, sendo referência como ponto turístico.
“Os clientes que compram são mais ligados ao agro, compram para decoração, para colocar na entrada de chácaras ou fazendas. Cabeça de boi é sucesso, o turista vem e tira foto. Vendemos até para pessoas de Portugal e Japão”.
Próximo dali, a carcaça da cabeça de boi também é item decorativo muito procurado na banca de artesanato de Sônia Negrete. A procura é tão grande que as duas fixadas na decoração da loja são disputadas pelos clientes.
Temperos regionais e diferentes formam o ‘cheiro do Mercadão’
Se a culinária do mercadão é apreciada, o tempero faz jus. Na barraca de Vinicius Barbosa a pimenta mexicana vai da conserva ao natural. Os donos estão no ponto há 25 anos, sob direção da avó. Então, o jovem frequenta desde criança.
A mais forte é chamada de “Carolina Reaper”, na conserva por R$ 35, a segunda, a “cabra macho”, molho vendido por R$ 20, utilizando três tipos de pimenta mexicana. “A Carolina Reaper não arde, ela pega fogo”, diz o vendedor. É encontrada a pimenta in natura, no molho e conserva.
Uma placa anuncia: “Temos ovos de pata”. Dione Enzo diz que a procura é tanta que não tem mais nenhuma unidade à venda. “Toda vez que você chega, você sai rápido. É um ovo raro, vem umas 20 a 25 unidades para cá e as pessoas compram, em média, de 7 a 10 ovos”.
Além disso, Dione conta que é o ovo de pata é grande, e por isso apreciado na culinária. “Sai muito rápido quando chega. Vendemos na média de R$ 8 a 10 a unidade”.
Os tradicionais ‘raizeiros’, comuns em todas as cidades de Mato Grosso do Sul, oferecem todo tipo de produtos naturais usados medicinalmente pelos indígenas. No entanto, no Mercadão há espaço para todo tipo de ervas como “Viagrão”, “Chá Cura Tudo” e outros que os vendedores apresentam como energéticos.
Glória Maria Gonçalves está em uma das barracas de nativos mais tradicionais do Mercadão há 35 anos. Assim, os clientes buscam com intensidade o uso de chás para dor, os valores variam a partir de R$ 20. “Tem para circulação, pressão, digestão, diabetes, colesterol, calmante”, explica.
Vale ressaltar que a Anvisa determina regras e tem um alerta para o consumo de suplementos ou medicamentos fitoterápicos para diminuir os riscos de ingerir produtos sem saber dos efeitos.