InícioCidadesPor dia, quase seis casos de estupro são registrados em MS

Por dia, quase seis casos de estupro são registrados em MS

Estupros e violência contra crianças no Estado revelam realidade alarmante

Os números de violência sexual contra crianças e adolescentes em Mato Grosso do Sul são alarmantes. Apenas em 2024, já foram registrados 1.995 casos de estupro, conforme dados da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública). Dentre as vítimas, a maioria esmagadora é composta por meninas, sendo 77% dos casos registrados como violência contra o gênero feminino.

Além disso, Mato Grosso do Sul lidera o ranking nacional de violência sexual contra menores. Nos primeiros seis meses de 2024, das 940 vítimas de estupro registradas no estado, 751 (79,8%) eram crianças e adolescentes. A maior parte dessas vítimas eram crianças com até 13 anos, reforçando a vulnerabilidade desse grupo. Dados do Instituto Liberta revelam que, em 2023, o estado já ocupava a pior posição no Brasil, com 297,1 vítimas de estupro por 100 mil habitantes de 0 a 17 anos. Em Dourados, município do estado, a situação foi ainda mais alarmante, com 343,2 casos por 100 mil habitantes na mesma faixa etária.

Luciana Temer – Foto: Divulgação

O Instituto Liberta também destaca que 65,1% dos crimes ocorrem dentro de casa, sendo os agressores, em 85,5% dos casos, familiares ou conhecidos das vítimas. Esses números explicam o silêncio em torno de muitos casos, pois o ambiente doméstico, em tese seguro, torna-se o local onde as crianças estão mais vulneráveis. A presidente do Instituto Liberta, Luciana Temer, alerta para os desafios que essa proximidade com os agressores traz, dificultando a denúncia e a busca por justiça.

O Caso Sophia

O Caso Sophia trouxe à tona a brutalidade que pode ocorrer dentro de lares supostamente seguros. Sophia, de apenas 4 anos, foi vítima de tortura e assassinato pelo próprio padrasto, com a conivência de sua mãe. Ambos foram julgados e condenados a penas severas durante a audiência realizada ontem.

Em entrevista, a promotora Lívia Carla Guadanhim, que atuou no caso, comentou o desfecho: “A condução do caso correu como esperado, e as penas aplicadas foram justas, considerando o cenário de barbárie.” Durante o julgamento, a promotora também enfatizou a necessidade de fortalecer o acolhimento das vítimas: “É fundamental criar redes de apoio para essas crianças, garantindo a segurança e o suporte necessários.”

A psicóloga Amanda Sobrinho, especialista em trauma infantil, destacou o impacto psicológico de situações como essas na vida das crianças. “As consequências de um abuso sexual vão muito além do físico. A criança perde a confiança no outro, desenvolve sintomas de ansiedade, depressão e, muitas vezes, tem dificuldades para formar relacionamentos ao longo da vida. Sem apoio psicológico, os efeitos podem ser devastadores e permanentes”, afirmou.

Stephanie e Christian condenados
pela morte de Sophia – Foto: Nilson Figueiredo

Amanda também ressaltou a importância de fortalecer políticas públicas de prevenção e acolhimento. “É essencial que as escolas e os serviços de saúde atuem como pontos de apoio e denúncia. Muitas vezes, essas crianças não têm voz dentro de suas próprias casas, e precisamos garantir que encontrem segurança em outros espaços.”

Segundo a psicóloga, campanhas educativas são ferramentas cruciais. “Precisamos desmistificar o tabu sobre o abuso sexual, falar abertamente sobre o assunto e ensinar crianças e adultos a identificarem sinais de violência. Somente assim conseguiremos romper o ciclo de silêncio que perpetua esses crimes.”

Comparativo histórico

Dados do Instituto Liberta indicam que, em 2023, os estupros de vulneráveis em Mato Grosso do Sul cresceram 9,6%, alcançando 79,2 ocorrências por 100 mil habitantes. Em 2023, foram registrados 2.108 casos de estupro contra crianças no estado, um aumento significativo em relação aos anos anteriores. Em 2024, nos primeiros seis meses, já foram registrados 940 casos, indicando uma continuidade preocupante da tendência de alta.

Além disso, os dados nacionais apontam que crianças de 10 a 13 anos estão entre as mais vulneráveis, com 233,9 casos de estupro por 100 mil habitantes, número 465% maior que a média nacional de 41,4 casos por 100 mil habitantes. Em Mato Grosso do Sul, a taxa para essa faixa etária é ainda mais elevada, destacando a gravidade do problema enfrentado pelo estado.

Por Roberta Martins

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