Uma pista de corrida. É assim que moradores e comerciantes definem alguns trechos da Rua Brilhante, especialmente o cruzamento com a Rua Sebastião Machado Lima. Isso porque muitos condutores transitam em velocidade alta, somado à desorientação quanto ao corredor de ônibus no local. A região, inclusive, é palco de diversos acidentes.
Diversos moradores e comerciantes cobram uma solução para a segurança de todo mundo. Inclusive, um pedido para a instalação dos redutores foi protocolado em março pela população local, mas até agora não obtiveram resposta.
A dona de casa Tereza Gomes, de 70 anos, mora na região há pelo menos 50 anos. À reportagem, contou que muitos veículos passam em velocidade acima da permitida na via, de 50 km/h. “A gente vê vidas se perderam aqui, tanto faz ser criança, jovem, idoso. É muito perigoso, porque eles fazem essa rua como se fosse pista de corrida”, conta.
O último acidente, por exemplo, ocorreu no final da tarde desta quinta-feira (2) e envolveu Ônix e um veículo oficial da Polícia Científica. Conforme apurado pelo Jornal Midiamaxo motorista do veículo de passeio afirmou que seguia pela faixa central e parou no semáforo, no cruzamento com a Rua Argemiro Fialho, ao lado de um ônibus, que estava na faixa exclusiva. Após o sinal abrir, ele teria acionado a seta e convertido à esquerda, logo após a saída do ônibus.
Neste momento, teria surgido um veículo oficial da Polícia Científica na faixa exclusiva, após o ônibus, e então houve a colisão. O motorista do Ônix afirmou que o veículo policial não estava com a sinalização de emergência ligada. Nesse acidente, a velocidade também foi um problema.
Proprietária de um restaurante aberto há sete meses próximo ao cruzamento, Katiania Ormond relembra alguns acidentes em que prestou socorro. Em um dos casos, a motorista chegou a ficar presa às ferragens e sofrer grave ferimento na cabeça. “Eu que segurei o pano na cabeça dela para tentar estancar o sangue. Isso acaba com nosso dia e nos deixa super preocupados, porque qualquer barulho que tem imaginamos que possa ser algo grave”.
Katiania Ormond explica, ainda, que na região há uma escola municipal. Muitos pais e responsáveis buscas as crianças no local, às vezes a pé ou de bicicleta, e ficam sujeitos a riscos de acidentes quando vão atravessar para o outro lado da Brilhante.
Para a proprietária de uma choperia bem na esquina do cruzamento, Rosiana Tacianel falta orientação das autoridades quanto ao uso do corredor de ônibus. “Antes da faixa de ônibus já tinham vários acidentes, desde 10 anos atrás. Só na minha choperia, bateram quatro vezes, de machucar gente. A questão da faixa é que as pessoas têm medo de entrar no corredor para fazer a conversão e acabam virando da faixa do meio”, explica.
Essa manobra sem sinalização resulta no corriqueiro cenário de veículos envolvidos em acidentes. “A gente quer um semáforo, uma lombada, um quebra-molas. Qualquer coisa mesmo que reduza a velocidade, porque são muitos acidentes”, conta Rosiana.
A reportagem entrou em contato com a Agetran (Agência Municipal de Trânsito) para apurar se há planejamento para instalação de redutores de velocidade e orientações sobre o corredor de ônibus. Até o momento da publicação, não obtivemos retorno.