Após o confronto entre as tropas de choque da Polícia Militar e indígenas de comunidade Nhanderu Marangatu, em Antônio João, que resultou na morte do indígena Neri Guarani Kaiowá, de 18 anos, equipes da Polícia Federal (PF) realizam trabalho no local. A morte do jovem aconteceu na manhã desta quarta-feira (18).
Segundo o advogado do Cimi (Conselho Missionário Indigenista), a atualização mais recente é de que a Polícia Federal estaria no local para periciar o corpo. Após contato do Midiamaxa PF informou que, no momento, ainda não há informações oficiais para divulgar.
A princípio, o que se sabe, ainda conforme informações extraoficiais e denúncias das entidades indigenistas, é que outras pessoas foram feridas, mas ainda não se sabe a gravidade e quantidade de pessoas.
Vídeos e imagens do momento de violência foram divulgadas pelo Cimi e pela Aty Guassu, que representa os Guarani-Kaoiwá.
Segundo as entidades, os indígenas foram atacados pela tropa de choque. Por outro lado, fontes ligadas à polícia, afirmam que um grupo de indígenas armados teria investido contra a equipe.
O conflito na área acontece desde o início do mês, quando indígenas teriam ateado fogo em uma ponte na região, deixando PMs ilhados.
Governo do Estado diz acompanhar o caso
Em coletiva de imprensa, o governador Eduardo Riedel e o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, informaram que uma perícia será enviada para a área de conflito.
As autoridades ressaltaram que o ponto fica na divisa entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai, que extrapola a questão do conflito de terras, por ser uma fronteira para a entrada de drogas do país vizinho. “Há uma plantação de maconha no Paraguai”, disse Videira.
“Isso tudo está instruindo um relatório robusto que será apresentado para as autoridades em Brasília. Lamentamos profundamente o episódio; tudo que a gente não queria era que isso acontecesse. Ontem (17), conversei bastante com a procuradora da FUNAI aqui. Claro que gostaríamos de evitar confrontos, mas, infelizmente, fugiu ao controle, e agora queremos gerenciar a crise para que não haja mais nenhuma morte”, disse o secretário.
Funai abre investigação
A Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) informou que a Procuradoria Federal Especializada foi acionada para investigar a morte de Neri. Em nota, a fundação lamentou a morte diante dos violentos ataques sofridos pela comunidade Guarani, categorizando como “brutalmente assassinado com um tiro na cabeça”.
Entidades cobraram providências anteriormente
Na petição, o Conselho pediu que Ministério enviasse a Força Nacional na T.I Nanderu Maragantu para garantia da inviolabilidade da vida, da segurança e dos demais direitos fundamentais da comunidade indígena.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (18) pelo Cimi, foi lembrado que a Apib Articulação dos Povos Indígenas do Brasil alertou STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a necessidade de medidas diante da violência da PM contra os Guarani Kaiowá, em Mato Grosso do Sul.
Indígena ferida na semana passada pode perder a perna
Uma indígena, de 32 anos, ferida a tiros durante conflito com a PM (Polícia Militar) na região da fazenda Barra, em Antônio João, corre risco de perder a perna.
Ela está internada desde quinta-feira (12), quando houve o conflito enquanto a comunidade ocupava a região. Os indígenas atearam fogo em uma ponte e os agentes atiraram com bala de borracha para impedir a entrada na fazenda.
Durante o conflito na região, dois indígenas foram presos, mas liberados neste domingo (15), informou o Cimi (Conselho Indigenista Missionário).
A indígena internada foi ferida no joelho e permanece aos cuidados médicos no hospital de Ponta Porã. “(Está) com risco de perder parte da perna, mas com cirurgia marcada para quinta-feira”, afirmou o conselho ao Jornal Midiamax.
Ponte destruída
Durante a ocupação da fazenda Barra Mansa, o comandante da Polícia Militar de Ponta Porã e mais três policiais ficaram ilhados depois de uma ponte ser incendiada na região, no último dia 12 de setembro. Equipes do Batalhão de Choque foram para a cidade ajudar no conflito.
Anteriormente, foi dito que os militares teriam sido feito de reféns, mas a ponte incendiada é que teria deixado os policiais ilhados, assim como o dono da fazenda Barra Mansa. Durante o conflito, pelo menos um indígena acabou ferido a tiros de bala de borracha e foi encaminhado para o hospital da cidade.
O dono da fazenda, alvo da ocupação dos indígenas, registrou um boletim afirmando que a sua propriedade estava sendo incendiada. O registro da ocorrência foi feito no dia 10 deste mês, na última terça-feira.
✅ Siga o Jornal Midiamax nas redes sociais
Você também pode acompanhar as últimas notícias e atualizações do Jornal Midiamax direto das redes sociais. Siga nossos perfis nas redes que você mais usa. 👇
É fácil! 😉 Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, O que você acha do WhatsApp?, Céu Azul e Tópicos.
💬 Fique atualizado com o melhor do jornalismo local e participe das nossas coberturas!