Segundo boletim epidemiológico atualizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), a taxa de letalidade diminuiu em relação à última atualização, mas ainda segue sendo a maior dos últimos anos
Os casos de dengue continuam em crescimento no Mato Grosso do Sul, segundo boletim epidemiológico atualizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) desta semana. Por outro lado, não há registro de óbitos pela quarta semana seguida e estabilidade de mortes faz a taxa de letalidade da doença este ano cair, mas ainda segue sendo a maior dos últimos anos.
Mais 740 casos foram confirmados, chegando aos 13.470 neste ano, do qual já superou os casos totais de 2021 (8.027) e se aproxima aos confirmados de 2022 (21.328). Desses quase 13,5 mil casos concretizados, 26,5% (3.571) são clínico-epidemiológico e 73,5% (9.899) são laboratoriais. As cidades sul-mato-grossenses com maior número de casos confirmados são Chapadão do Sul (1.615), Ponta Porã (1.556) e Costa Rica (1.041). Campo Grande tem baixa incidência, com apenas 624 pessoas diagnosticadas com o vírus.
Porém, os dados de óbitos seguem estáveis, com nenhum novo em investigação ou confirmado, ou seja, continuam 26 mortes confirmadas e 13 em investigação desde o boletim do dia 14 de junho, há três semanas. Ponta Porã lidera a estatística de mortes por dengue, com cinco registradas neste ano, seguido por Amambaí e Chapadão do Sul, ambas com três.
Consequentemente, a taxa de letalidade caiu em comparação à última atualização, saindo de 0,20% para 0,19% neste ano. Mesmo assim, ela ainda é a maior quando relacionada aos anos anteriores: 2023 (0,10%); 2022 (0,11%) e 2021 (0,17%). A letalidade é uma divisão entre os óbitos e casos confirmados.
Acerca da incidência da doença, ela aumentou desde o último boletim, partindo de 461,8 para 488,6 em uma semana, isso a cada 100 mil habitantes. Lembrando que a incidência é calculada a partir da divisão entre os casos confirmados e a população total de determinado território, do qual o resultado desta conta deve ser multiplicado por 100 mil. E as cidades com maior incidência são: Juti (5.676,9); Chapadão do Sul (5.210,9) e Costa Rica (3.998,2). A capital aparece com apenas 69,5 de incidência, bem abaixo da maioria das cidades do Estado.
Sobre a vacinação, Novo Horizonte do Sul segue na liderança, com 284 doses aplicadas, sendo que há 317 pessoas do público-alvo, ou seja, 89,59% de cobertura vacinal. Inclusive, comparada à semana anterior, a cidade aplicou mais 49 imunizantes. Em segundo e terceiro estão Vicentina (62,01%) e Taquarussu (60,85%), respectivamente. Campo Grande tem apenas 25,23% de cobertura, sendo 15.426 aplicadas dentro de uma população de 10 a 14 anos (público-alvo) de 61.139.
Estabilização na capital
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o World Mosquito Program (WMP), a prefeitura de Campo Grande e o Governo de Estado do Mato Grosso do Sul anunciaram a finalização da implementação do Método Wolbachia na Capital sul-mato-grossense. A iniciativa contou com o financiamento do Ministério da Saúde.
Assim, Campo Grande se torna a primeira cidade da região centro-oeste a ter o território protegido pelo método, que consiste na liberação de Aedes aegypti, mosquito transmissor, com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito
Esses mosquitos se reproduzem com os mosquitos locais, gerando uma nova população com Wolbachia. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos infectados com a bactéria aumenta, eliminando a necessidade de novas liberações.
O planejamento do projeto teve início em 2019, e as operações em 2020. Ele foi dividido em seis fases, e alcançou 74 bairros das sete regiões urbanas de Campo Grande, beneficiando mais de 900.000 pessoas.
“A população de Campo Grande vem convivendo com a dengue desde 1986 e, desde então, enfrentou várias epidemias que causaram muito transtorno e sofrimento à população, além de sobrecarregar os serviços de saúde. Os casos de dengue têm se mantido estáveis em Campo Grande desde o último pico, que aconteceu em 2019, e há dois anos o município não enfrenta uma epidemia da doença”, declarou a Superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo.
*Colaborou Alanis Netto e Judson Marinho